quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Lula recebe Carta da Amazônia e promete foco total contra o desmatamento ilegal

 "O Brasil vai mudar definitivamente", afirmou o presidente eleito em discurso na COP27

(Foto: Ricardo Stuckert)

247 - O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), discursou na manhã desta quarta-feira (16) na 27ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 27).

Lula recebeu dos governadores brasileiros presentes no evento a "Carta da Amazônia: uma agenda comum para a transição climática” e garantiu que seu governo dará atenção aos povos indígenas e ao combate ao desmatamento. "Nós vamos fazer uma luta muito forte contra o desmatamento ilegal. É importante as pessoas saberem que nós vamos cuidar, e cuidar muito forte, dos povos indígenas, e por isso nós vamos criar o Ministério dos Povos Originários, para que a gente possa fazer com que eles não sejam tratados como bandidos às vezes pela imprensa nacional. Queremos dar cidadania às pessoas. Nós vamos conversar com os governadores. Não queremos fazer nada sem conversar, sem acordar".

Ele garantiu ainda diálogo permanente com governadores e prefeitos. "Vamos voltar a fazer o Brasil conviver democraticamente com seus representantes. Não é possível que um presidente da República não faça reuniões com governadores. Não é possível que um presidente da República pense que é capaz de governar o Brasil sem levar em conta as necessidades dos estados e das cidades. É lá que está o problema do povo, é na cidade que o povo quer saúde, educação, transporte, qualidade de vida".

"Nós vamos assumir um compromisso com prefeitos. A gente não vai evitar queimada se a gente não tiver o compromisso dos prefeitos. É o prefeito que está na cidade, que sabe de quem é a terra, que sabe onde começou. Não adianta ficar discutindo de Brasília. É importante descer onde está acontecendo as coisas, é importante pactuar e saber que os prefeitos vão ter recursos para que a gente possa cobrar deles alguma coisa. Eu tenho noção de que ao longo do tempo o governo federal foi passando muita responsabilidade e menos dinheiro para os prefeitos. Eu tenho noção que cada vez que a gente faz uma política de desoneração a gente dá ganho para os empresários e sufoca os prefeitos, que vão receber menos dinheiro para fazer aquilo que nós determinamos para eles na Constituição. Não poderia ser um encontro melhor, em um fórum internacional, para dizer para vocês: o Brasil vai mudar definitivamente. A democracia vai voltar a reinar no nosso país e o diálogo será permanente. Nós, políticos, podemos ser adversários em uma ou outra eleição, mas nós não somos inimigos. O presidente da Repúblcia tem a obrigação de conversar com todos em igualdade de condições, sem perguntar a que partido ele pertence, que religião ele professa e que time de futebol ele torce. Nós governamos para o povo brasieiro, e para acabar com a fome no Brasil, com a miséria, com o processo de degradação que nossas florestas estão vivendo, com o sofrimento dos nossos indígenas, nós vamos ter que conversar muito e trabalhar junto, para que o  Brasil serja motivo de orgulho para o mundo, e não motivo de desespero como é hoje", completou.

O presidente eleito ainda prometeu não medir esforços para garantir que a Amazônia permaneça de pé. "Tudo que a gente puder tirar de riqueza daquele ecossistema extraordinário, de uma biodiversidade que nós ainda não conhecemos totalmente. Nós queremos dizer para vocês: se a Amazônia tem o significado que tem para o planeta Terra, se a Amazônia tem a importância que todos vocês dizem que tem, que os cientistas dizem que tem, nós não temos que medir nenhum esforço para que a gente consiga convencer as pessoas de que uma árvore em pé, uma árvore viva, serve mais que uma árvore derrubada sem nenhum critério e necessidade".

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