terça-feira, 29 de novembro de 2022

Estrangeiros investiram R$ 2,4 bilhões no Brasil desde a eleição de Lula

 Enquanto o mercado interno reage mal a projetos e declarações de Lula, o investidor internacional vê o Brasil como "uma ilha de investimentos”

Lula (Foto: Reuters/Rodrigo Antunes | Reuters/Lisa Marie David)


247 - Enquanto o mercado interno passou o último mês reagindo mal a planos e declarações do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), investidores estrangeiros seguem injetando recursos no país desde a eleição do petista, em 30 de outubro. Levantamento de Einar Rivero, do TradeMap, publicado pelo Estado de S. Paulo, mostra que a Bolsa brasileira recebeu R$ 2,4 bilhões em capital estrangeiro entre a eleição de Lula e a última quinta-feira (24)

Do total, R$ 1,9 bilhão chegou ao país em 31 de outubro, no primeiro pregão após o segundo turno. Para efeito de comparação, em setembro, a Bolsa registrou a entrada de R$ 585,3 milhões em capital internacional.

"Temos algumas incertezas por conta da política, mas o Brasil continua sendo uma ilha de investimentos", afirma o especialista de renda variável da Aplix Investimentos, Kaue Franklin. Para ele, o Brasil "é o país emergente mais propício para a alocação, que tem mais oportunidades e várias empresas bastante descontadas, por isso os gringos continuam entrando no Brasil".

Ainda que abalos possam ocorrer, a tendência é de que o investidor internacional siga 'apostando' no país, dizem especialistas. Um dos principais fatores é o atual nível de desconto na Bolsa. “Em termos de valuation, hoje a Bolsa opera perto de 6,5 vezes o preço sobre lucro (P/L), contra um histórico de 12 vezes. O recado é que a bolsa brasileira está barata”, destaca Marcelo Boragini, sócio da Davos Investimentos.

Beneficia o Brasil também o fato de outros países emergentes estarem, neste momento, em situações menos atrativas. Há que se considerar, ainda, a guerra entre Rússia e Ucrânia e conflitos internos na China, que afastam os investidores destes dois países.

Os investidores internacionais também não consideram altos os riscos fiscais no Brasil, já que conhecem Lula, que já teve oito anos de exitosos mandatos à frente do Palácio do Planalto. "Em um momento de muito receio referente a uma possível recessão global, uma expectativa ‘menos pior’ que as alternativas é suficiente para que o gringo olhe para o Brasil com mais carinho”, diz Eduardo Grübler, gestor de renda variável da Warren Asset.

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