Ex-ministra de Bolsonaro e senadora eleita falou de crimes contra crianças em culto, mas órgãos de investigação não receberam nenhuma acusação
247 - A Polícia Federal não está investigando nenhum esquema de tráfico de crianças e de exploração sexual de menores na ilha de Marajó, ao contrário do que afirmou a ex-ministra Damares, senadora eleita (Republicanos-DF).
Segundo a jornalista Malu Gaspar, do Globo, duas fontes da PF que teriam sido acionadas caso a denúncia tivesse sido feita afirmaram que a corporação investiga vários casos de pedofilia na região Norte do Brasil, mas nenhum com as características mencionadas pela ex-ministra dos Direitos Humanos.
"Hoje, inclusive, a Polícia Federal está realizando uma investigação sobre crimes sexuais de menores com mandados de prisão, mas que também não tem relação com o caso", disse Gaspar sobre o assunto.
Durante culto em um templo evangélico no último sábado (8), em Goiânia, Damares disse que crianças brasileiras de três e quatro anos foram traficadas na Ilha de Marajó (PA) e tiveram os dentes arrancados para "não morderem na hora do sexo oral". Vídeo com as declarações de Damares foi publicado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente, em suas redes sociais.
Além das fontes da Polícia Federal, a Secretaria de Segurança Pública do Pará, que também poderia ter sido acionada caso os casos que Damares diz ter presenciado fossem denunciadas, também informou que não recebeu nenhuma denúncia.
O grupo Prerrogativas, que reúne advogados e juristas, está entrando com representações no Ministério Público Federal (MPF) e no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que sejam investigadas as declarações de Damares.
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