Para o pastor eleito deputado federal pelo PSOL, o bolsonarismo é a religião capturada pelo fundamentalismo tornando-se máquina de produção de ódio, violência e sofrimento
247 - Eleito deputado federal pelo PSOL do Rio de Janeiro, o pastor, ativista, escritor e pastor Henrique Vieira participou do programa Giro das Onze, da TV 247. Ele enfatizou que não vai integrar a chamada bancada evangélica no parlamento.
“Não vou estar em Brasília para defender os interesses de uma igreja”, sustentou. E acrescenta: “Não vou integrar uma banda religiosa e não vou fazer parte da bancada evangélica. Sou pastor. Sou discípulo de Jesus, sou crente no evangelho, mas isso não me faz integrar a bancada evangélica. Vou estar em Brasília para defender saúde e educação pública. Vou estar em Brasília para defender avanços nas políticas contra o racismo estrutural”.
Henrique reforçou que seu papel como parlamentar será estar do lado da “democracia, do estado laico, do combate aos privilégios e em defesa do nosso povo empobrecido e explorado e trabalhador''.
Ele classificou o bolsonarismo como “destruidor” ao comentar a visita de Jair Bolsonaro ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida no último dia 12, em que apoiadores do presidente vaiaram bispos e atacaram jornalistas na Basílica.
“O bolsonarismo é destruidor. Não respeita o templo, não respeita a experiência religiosa. É divisionista, é faccioso e não tem nenhuma solidariedade genuína com a experiência da fé. Usa a religião, ou melhor é uma expressão do fundamentalismo religioso”, resumiu.
Para o pastor, o bolsonarismo é a religião capturada pelo fundamentalismo tornando-se máquina de produção de ódio, violência e sofrimento.
“É uma experiência religiosa fanática fundamentalista que sufoca a beleza e a abertura da espiritualidade”, disse. No entanto, Henrique acredita que há “uma mudança de chave”>“Muitas pessoas estão percebendo que o bolsonarismo é destruidor. Não é uma conversa, nem uma troca de ideias. O bolsonarismo é a eliminação da possibilidade do diálogo. É o púlpito se transformando em palanque político deliberado e intencional. Começo a perceber o movimento de resistência de rupturas e de saturação”, analisa.
O pastor argumenta que a “fé não deve ser projeto de poder'' como muitos líderes religiosos ligados ao bolsonarismo buscam estabelecer.
“Sempre que isso acontece na história é a fogueira da inquisição em que muitos corpos vão para lá. Fé como projeto de poder mata. E não mata apenas simbolicamente. Constrói um ambiente que legitima e estimula a violência. O fanatismo religioso tem sangue nas mãos. Sangue preto, sangue de mulher, sangue indígena, sangue do povo”, frisa..
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