segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Líder do governo Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros vai apresentar projeto que criminaliza pesquisas eleitorais

 "Pesquisa publicada na véspera da eleição cujo resultado não coincida dentro da margem de erro é crime", diz o deputado bolsonarista

Ricardo Barros (Foto: Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados)

247 - O líder do governo Bolsonaro (PL) na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), anunciou que irá apresentar um projeto de lei criminalizando o erro em pesquisas eleitorais. De acordo com a coluna do jornalista Tales Faria, do UOL, o projeto deverá ser apresentado nesta segunda-feira (3), um dia após a realização do primeiro turno das eleições no Brasil.

Também nesta segunda, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse ter conversado com os deputados Carlos Jordy (PL-RJ) e Paulo Martins (PL-PR) para dar início à coleta de assinaturas necessárias para abrir uma CPI para investigar os institutos de pesquisas.

No domingo (2), Barros afirmou que o projeto prevê "punições severas” aos institutos de pesquisa cujos resultados, às vésperas das eleições, fiquem fora da margem de erro. "Não dá mais para fazer pesquisa fria com tanto descaramento”, disse. Segundo ele, "pesquisa publicada na véspera da eleição cujo resultado não coincida dentro da margem de erro é crime". Ainda segundo ele, o projeto prevê uma "pena alta, não só de cadeia como de indenização".

“Nas últimas pesquisas presidenciais do Datafolha, do Ipec e da Quaest até o sábado, dia 1º, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha de 49% a 51% das intenções de votos válidos, ou seja, excluindo brancos e nulos. Pela margem de erro, que é de dois pontos percentuais nos três estudos, o petista podia ter de 47% a 53% nas urnas no domingo. Lula obteve 48,43%, portanto dentro da margem de erro. Não ficaram na margem de erro os resultados sobre as intenções de voto para o presidente Jair Bolsonaro (PL). Nas pesquisas, os últimos levantamentos dos três institutos variam de 36% e 39%. Mas Bolsonaro obteve nas urnas 43,2% dos votos”, destaca a reportagem. Os institutos e a mídia como um todo sempre divulgaram informando a margem de erro, a quantidade de pessoas ouvidas e o grau de acurácia de seus levantamentos.

Barros também criticou os resultados das pesquisa em São Paulo e no Rio Grande do Sul, que davam a vitória para Fernando Haddad (PT) e (PSDB), respectivamente, que foram superados pelos candidatos bolsonaristas Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Onyx Lorenzoni (PL).

As críticas e ataques aos institutos de pesquisa são feitos de forma constante por parte de Jair Bolsonaro e seus seguidores com o objetivo de desacreditar os resultados dos levantamentos e criar uma espécie de censura à divulgação dos estudos.

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