"Temos que nos alertar para o fato de que possam existir motivações cujo objetivo é espalhar o medo e os conflitos no meio da sociedade", disse o bispo Dom Walter Jorge
247 - A Paróquia São Mateus, em São Mateus do Sul, a 150 km de Curitiba, teve 28 imagens sacras destruídas - incluindo uma peça centenária - após um homem invadir o local na manhã do sábado (15). Em nota, o bispo de São Mateus, Dom Walter Jorge, condenou o ato e alertou para o risco “especialmente neste período eleitoral” do “aumento de todo tipo de conflito por meio do ódio”. De acordo com o UOL, o suspeito de ter cometido o ataque já teria sido identificado e deverá responder pelo crime de vandalismo.
“Estamos presenciando alastrar-se pelo mundo, e também no Brasil, especialmente neste período eleitoral, todo tipo de conflito por meio do ódio que vai dividindo as pessoas, sobretudo usando as redes sociais, levando-os àquela divisão que só faz crescer o mal, que separa as pessoas, que não permite o diálogo, ensinando a ver em quem pensa diferente de nós um inimigo a ser combatido a qualquer preço. Certamente podem ser muitas as causas que levaram a pessoa que profanou nosso templo em São Mateus a ter feito o que fez, até mesmo um ato de pura insanidade. Mas, no contexto atual, temos que nos alertar para o fato de que possam existir motivações cujo objetivo é espalhar o medo e os conflitos no meio da sociedade”, disse um trecho da nota divulgada pelo bispo Dom Walter Jorge.
O ataque às imagens sacras da Paróquia São Mateus - primeira e principal igreja católica da cidade, fundada em 1926 - aconteceu poucos dias após após apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) transformarem uma missa celebrada no santuário de Aparecida, padroeira do Brasil, (12) em um campo de guerra no último dia 12.
Na ocasião, os bolsonaristas perseguiram jornalistas e transeuntes, tumultuaram o evento religioso e chegaram a ameaçar de invasão a torre dos sinos do santuário.
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