terça-feira, 11 de outubro de 2022

Empreiteira ligada a Fernando Bezerra Coelho, ex-líder do governo Bolsonaro no Senado, atuou em cartel do asfalto, diz TCU

 Empresa suspeita de integrar cartel que teria fraudado mais de R$ 1 bilhão em licitações da Codevasf tem elos familiares com o senador

Fernando Bezerra Coelho (Foto: Secom/PMM | Alessandro Dantas)


247 - A construtora baiana Liga Engenharia, que segundo o Tribunal de Contas da União (TCU) é suspeita de integrar um cartel de empresas da área de pavimentação que teria fraudado licitações da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) no valor de mais de R$ 1 bilhão, possui ligações com familiares do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), ex-líder do governo Jair Bolsonaro (PL). 

De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, “a Liga Engenharia tem como um de seus sócios Pedro Garcez de Souza, cunhado de um sobrinho de Bezerra Coelho”.  “A construtora já havia sido alvo de apurações da CGU (Controladoria-Geral da União) e do TCU, incluindo uma licitação na qual todas as suas 18 concorrentes haviam sido desclassificadas até que ela vencesse a disputa”, ressalta a reportagem. 

A superintendência regional da Codevasf em Pernambuco está localizada em Petrolina, no sertão, e é reduto eleitoral da família Coelho. O ex-prefeito do município e candidato derrotado ao governo de Pernambuco Miguel Coelho (União Brasil) é filho de Fernando Bezerra. 

O escritório regional recebeu mais de R$ 300 milhões em emendas e transferências extraordinárias apadrinhadas pelo senador apenas nos dois primeiros anos da gestão Bolsonaro”, observa o periódico. O comando da estatal foi entregue por Jair Bolsonaro ao Centrão, base de apoio parlamentar do atual governo no Congresso Nacional.

Segundo o TCU, a Liga Engenharia faria parte de um cartel que teria dividido as licitações com outras três empresas, além de ter apresentado propostas de fachada em outras concorrências da Codevasf. 

Ainda segundo a reportagem, “a construtora já havia sido alvo de apurações da CGU (Controladoria-Geral da União) e do TCU, incluindo uma licitação na qual todas as suas 18 concorrentes haviam sido desclassificadas até que ela vencesse a disputa”. 

Em nota, a estatal afirmou que "o processo administrativo instaurado pelo TCU —do qual a Codevasf não é alvo — investiga suposto indício de fraude e atuação coordenada de empresas privadas que participaram de certames realizados pela companhia". 

"A competência para conduzir investigações do gênero pertence a órgãos de fiscalização e controle, com os quais a companhia mantém postura de cooperação permanente. Ao final do processo, o TCU poderá promover a responsabilização das empresas investigadas caso sejam constatadas irregularidades", ressaltou. 

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