"Ninguém melhor do que Lula para resgatar a agenda socioambiental iniciada em 2003 e que foi perdida", afirmou a ex-ministra do Meio Ambiente
247 - A ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), voltou a falar sobre sua reaproximação com o ex-presidente Lula (PT) em entrevista publicada pela revista Veja nesta quinta-feira (15). A candidata à Câmara dos Deputados classificou o movimento como "um esforço para derrotar Jair Bolsonaro (PL) e, mais do que isso, pôr um freio no avanço do bolsonarismo no seio da nossa sociedade."
Na conversa, Marina disse que a nova aliança com o líder petista foi construída a partir de iniciativas de ambos os lados; ela havia manifestado publicamente estar disposta a dialogar sobre 'compromissos programáticos' e ele fez o convite para concretizar as conversas.
"Essa reaproximação política é muito importante para o momento em que nós estamos vivendo, ainda mais tratando-se da agenda de proteção ao meio ambiente e de desenvolvimento sustentável. O compromisso assumido pelo ex-presidente Lula foi um compromisso com a sociedade brasileira, não apenas comigo. É disso que o Brasil está precisando, de que a gente possa, neste momento difícil e de banalização do mal, fazer um esforço para derrotar o Bolsonaro e, mais do que isso, pôr um freio no avanço do bolsonarismo no seio da nossa sociedade", afirmou a ex-ministra.
Marina entregou a Lula um documento intitulado ‘Resgate atualizado da agenda socioambiental perdida’, em referência à agenda iniciada em 2003 pelo governo do petista. "Ninguém melhor do que Lula para resgatá-la”, disse.
"É um compromisso de ter uma política ambiental que seja transversal para o enfrentamento do desmatamento, das mudanças climáticas, dos graves problemas que estão hoje degradando o patrimônio ambiental brasileiro e ameaçando o equilíbrio global do planeta. É um compromisso de recuperar e fortalecer o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), que foi completamente destruído no governo Bolsonaro, estabelecendo que a política ambiental será feita mediante transparência, controle e participação social, recuperando as atribuições do Ibama e de outros órgãos de gestão ambiental", detalhou a líder da Rede Sustentabilidade.
Como prioridade para o meio-ambiente em um eventual governo petista, a ex-ministra pontuou ser necessário "recolocar em funcionamento o fundo amazônico, como, inclusive, já está no próprio plano de governo do ex-presidente. É preciso ter uma recomposição orçamentária do Ibama e do ICMBio, trazer o serviço florestal de volta para o Ministério do Meio Ambiente, e usar a Embrapa para a proteção das florestas brasileiras. Então, é utilizar da forma correta as estruturas que nós já temos e que foram sucateadas e desmontadas no governo Bolsonaro, inclusive, trazendo o Exército brasileiro para o seu lugar constitucional, dando suporte logístico em algumas operações. Agora, quem investiga crimes ambientais é a Polícia Federal, quem faz autuações e aplica multas é o Ibama, quem faz a gestão ambiental é o ICMBio, e quem faz o monitoramento é o Inpe. Tudo isso está dentro do plano como compromisso de fortalecimento dos órgãos de gestão ambiental do Brasil por meio do fortalecimento do Sistema Nacional do Meio Ambiente."
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