Democracia tem que ser protegida, afirma entidade episcopal
Rede Brasil Atual - A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nesta sexta-feira (2) carta em que pede um “pacto nacional” para “proteger a nossa jovem democracia”. A um mês do primeiro turno das eleições, os religiosos criticam “tentativas de ruptura da ordem institucional, veladas ou explícitas”. Sem citar nomes, dizem que essas ameaças buscam “colocar em xeque a lisura” do processo eleitoral e a conquista “irrevogável” do voto. A CNNB divulgou o texto ao final da 59ª assembleia geral que marcou os 70 anos da entidade.
“Pelo seu exercício responsável e consciente, a população tem a capacidade de refazer caminhos, corrigir equívocos e reafirmar valores. Reiteramos nosso apoio incondicional às instituições da República, responsáveis pela legitimação do processo e dos resultados das eleições”, diz a carta dos bispos.
Na mesma linha, sem apontar responsáveis, o documento critica a “manipulação religiosa” e o uso de fake news como formas de desestabilizar o processo eleitoral. “É motivo de preocupação a manipulação religiosa e a disseminação de fake news que têm o poder de desestruturar a harmonia entre pessoas, povos e culturas, colocando em risco a democracia”, afirma a mensagem.
Violência explícita e crescente
Os bispos também destacam preocupações ambientais e sociais. Além disso, alertam para o risco do aumento da violência, em função da flexibilização do acesso às armas pelo atual governo. “Constatamos os alarmantes descuidos com a Terra, a violência latente, explícita e crescente, potencializada pela flexibilização da posse e porte de armas que ameaçam o convívio humano harmonioso e pacífico na sociedade. Entre outros aspectos destes tempos estão o desemprego e a falta de acesso à educação de qualidade para todos. A fome é certamente o mais cruel e criminoso deles, pois a alimentação é um direito inalienável”.
Por fim, os religiosos conclamam a sociedade “a participar das eleições, escolhendo candidatos que representem projetos comprometidos com o bem comum, a justiça social, a defesa integral da vida e da família”.
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