quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Pela primeira vez, Bolsonaro enfrenta rejeição de banqueiros, que admitem vitória de Lula, escreve colunista do Globo

 Ocupante do Palácio do Planalto ataca signatários de manifesto pró-democracia

Manifestações contra Bolsonaro e Lula (Foto: Jornalistas Livres | Jonas Souza / João Ramos)

247 - "Jair Bolsonaro está invocado. O capitão não gostou da nova Carta aos Brasileiros, que condena o golpismo e defende o sistema eleitoral", escreve o jornalista Bernardo Mello Franco.

"Nos últimos dias, o presidente passou vários recibos de sua irritação", diz Mello Franco. 

"Bolsonaro não se sensibilizou com mais de 670 mil mortes na pandemia. Seria ingenuidade imaginar que ele está preocupado com o número de assinaturas numa petição online. O motivo da ira presidencial é a adesão de porta-vozes da elite econômica e de entidades como Fiesp e Febraban, que lançarão um segundo manifesto na semana que vem. O capitão é tosco, mas sabe o que isso significa", ressalta o jornalista.


Mello Franco destaca que em 2018 o establishment vibrou com sua chegada ao Planalto. O apoio foi renovado no início do governo, quando o Congresso aprovou a reforma da Previdência. Mas, "a reunião com diplomatas estrangeiros, em que o presidente alardeou seu golpismo para o mundo, parece ter marcado um ponto de virada".

"Pela primeira vez, Bolsonaro vê figurões do empresariado darem as costas ao seu projeto político. Isso indica um cansaço com a escalada autoritária, que afugenta investidores e injeta turbulência no ambiente de negócios. Como a Faria Lima não rasga dinheiro, o movimento sugere que a turma já começa a fazer cálculos para lidar com uma possível vitória de Lula".

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