Segundo a colunista Vanessa Barbara, Bolsonaro "está prestes a perder" a eleição e teme ser preso após a derrota: "escândalos de corrupção definiram seu mandato"
A publicação cita o caso da ex-presidente golpista da Bolívia Jeanine Áñez, presa por atos antidemocráticos e por conspirar por um golpe em seu país. "O destino de Jeanine Áñez paira no ar".
Barbara destaca que Bolsonaro tem demonstrado preocupação com uma possível prisão após o pleito de outubro, que "ele está prestes a perder". "Esse medo explica suas tentativas enérgicas de desacreditar a eleição antes que ela aconteça – como, por exemplo, reunir dezenas de diplomatas estrangeiros para fulminar o sistema de votação eletrônica do país. (...) A verdade é que Bolsonaro tem motivos de sobra para temer a prisão".
Acusações na Justiça não faltam para que Bolsonaro possa ser condenado, diz a colunista. "Está ficando difícil acompanhar todas as acusações contra o presidente e seu governo".
Bolsonaro é acusado de estar ligado a uma "milícia digital" e de propagar desinformação de maneira deliberada, por exemplo. Mas "as irregularidades de Bolsonaro dificilmente se limitam ao mundo digital. Escândalos de corrupção definiram seu mandato, e a podridão começa em casa", cita a colunista, destacando as acusações de rachadinha contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos). "Acusações semelhantes, relativas ao seu período como legislador, foram dirigidas ao próprio presidente. Em março, ele foi acusado de improbidade administrativa por manter um funcionário fantasma como seu assessor parlamentar por 15 anos", lembra.
Há ainda o escândalo de corrupção no MEC e a responsabilidade direta de Bolsonaro por muitas das quase 700 mil mortes por Covid-19 no país.
Bolsonaro responde às acusações impondo sigilos de 100 anos ou tentando obstruir as investigações, destaca o texto. "Para exercer esse poder, porém, ele precisa manter seu emprego. Com isso em mente, Bolsonaro vem distribuindo altos cargos no governo e usando um pote de fundos, chamado de 'orçamento secreto' por sua falta de transparência, para garantir o apoio de legisladores centristas".
Além disso, Bolsonaro conseguiu por meio do Congresso aprovar a distribuição de R$ 41 milhões em benefícios sociais às vésperas da eleição. "Se vai ajudar a causa do presidente, quem sabe. Mas o sinal que envia é inconfundível: Bolsonaro está desesperado para evitar a derrota. E ele tem toda a razão de ser".
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