"Consciente ou inconscientemente, o voto tem mais a ver com quem será capaz de melhorar a vida no futuro", diz o cientista político Antonio Lavareda
247 - A inflação crescente, associado ao aumento da fome e da pobreza no Brasil, colocam dúvidas sobre o efeito eleitoral do Auxílio Brasil,cujo valor reajustado de R$ 400 para R$ 600 às pressas pelo Congresso Nacional em um tentativa de turbinar a campanha de reeleição de Jair Bolsonaro a menos de três meses das eleições, aponta o jornal Folha de S. Paulo.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2019 e junho de 2022 a inflação cresceu 26,5% no Brasil e a fome já alcança 33 milhões de brasileiros.
“A percepção do reajuste do auxílio como medida eleitoreira é recorrente. Pesquisa Datafolha realizada em julho aponta que, para 61% dos eleitores, o pacote de benefícios tem como principal objetivo ganhar votos para Bolsonaro. Outros 56% consideram insuficiente o valor de R$ 600”, ressalta a reportagem.
O cientista político e sociólogo Antonio Lavareda,do Ipespe, avalia que o benefício turbinado - cujo valor retornará ao patamar de R$ 400 em dezembro - pode melhorar a avaliação do governo entre os cerca de 20 milhões de potenciais beneficiários, mas tende a ter um efeito limitado.
"As pessoas não votam para expressar gratidão. Consciente ou inconscientemente, o voto tem mais a ver com quem será capaz de melhorar a vida no futuro”, observou. "É possível que Bolsonaro convença eleitores de que vai manter [o auxílio em R$ 600]. Mas é muito mais difícil convencer que Lula também não manteria, até pela imagem dele que se solidificou ao longo do tempo”, completou Lavareda.
A reportagem também ressalta que o Auxílio Brasil turbinado pode acabar causando um efeito contrário do esperado junto aos 47 milhões de brasileiros que receberam o auxílio emergencial durante a pandemia de Covid-19 e que, agora, estão fora da lista de benefícios sociais do atual governo.
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