No Dia dos Estudantes, movimentos vão ocupar as ruas de ao menos 23 capitais, ao lado dos trabalhadores, contra as ameaças de Bolsonaro ao processo eleitoral
RBA - A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) estão entre os diversos segmentos sociais que vão ocupar as ruas, nesta quinta-feira (11), contra as ameaças do presidente Jair Bolsonaro (PL) à institucionalidade e ao processo eleitoral, e em defesa da democracia brasileira. Até o momento, ao menos 23 capitais já têm atos confirmados. Cidades do interior do Brasil também estão se organizando em resposta à escalada golpista do mandatário.
As manifestações de rua começam ainda pela manhã e seguem até o final do desta quinta. Também estão previstas a leitura do manifesto Em Defesa da Democracia e da Justiça, de iniciativa da Fiesp e subscrito pelas centrais sindicais e diversas entidades da sociedade civil. E da Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito que será lida, na sequência, por ex-alunos do Largo do São Francisco. O documento já conta com mais de 845 mil assinaturas.
Esta quinta, 11 de agosto, também marca do Dia Nacional dos Estudantes. De acordo com os movimentos estudantis, além de catalisar o desejo da maioria pela garantia de lisura nas eleições e desarmar as pretensões do atual presidente de não reconhecer eventual derrota nas eleições de outubro, os estudantes também vão bradar em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade, como todos os anos.
Corte de verba
Os movimentos estudantis também vão denunciar “a crueldade do boicote de verbas às universidades e institutos federais”. Assim como o que classificam em manifesto, publicado nesta terça (9), da “vergonhosa destruição do Ministério da Educação (MEC) – com seus putrefatos esquemas de corrupção e deploráveis barras de ouro”. Entre as reivindicações, eles também protestam contra a aniquilação das bolsas de pesquisa científica e o desmantelamento dos fundos de desenvolvimento tecnológico.
“Sabemos que não haverá como superar a quadra de retrocessos que hoje cinge nosso país sem a prioridade absoluta das políticas de educação e da recuperação de uma agenda voltada à juventude e ao desenvolvimento humano. Essa é a grande contribuição que o movimento estudantil, a partir de suas três máximas entidades, oferece à ampla frente democrática que se congrega”, destacam a Ubes, UNE e ANPG no documento ratificado pelos seus respectivos presidentes, Jade Beatriz, Brunna Brelaz e Vinícius Soares.
Descaso de Bolsonaro com a juventude
Nesta quarta (10), a secretaria nacional da Juventude do PT, Nádia Garcia, reforçou as manifestações neste dia dos Estudantes, destacando que o governo Bolsonaro deixará como único legado para as juventudes brasileiras “o total descaso. Ele vai ser reconhecido como inimigo das juventudes, dos estudantes e da educação”. No mais recente ataque, o Ministério da Economia anunciou, no último dia 25 de julho, o bloqueio de mais R$ 6,73 bilhões nos orçamentos da Saúde e da Educação.
Um contingenciamento que deve piorar a situação dos estudantes mais pobres que já perderam o ano letivo por conta da pandemia de covid-19 sem nenhuma política pública voltada a sanar esses prejuízos. “São muitos os estudantes que tiveram que abandonar as escolas e as universidades porque ou não tinham acesso a internet, celulares e computadores e, com isso, não conseguiram acompanhar as aulas desde a pandemia. Ou (deixaram) porque, com o desemprego em alta, esse estudante teve que abandonar a escola e a universidade para começar a trabalhar e ajudar nas contas de casa para não se somar ao imenso número de famílias que passam fome no Brasil”, descreve.
“Então o legado que Bolsonaro deixa é de total desprezo pela juventude, de uma juventude sem perspectiva de futuro, em que mais de 60% dos jovens brasileiros pensam em sair do país porque não conseguem enxergar um futuro no Brasil caso Bolsonaro continue na presidência”, lamenta Nádia.
Confira os locais dos atos:
Alagoas
Maceió – Praça do Centenário, 8h
Amazonas
Manaus – Praça da Saudade, às 15h
Bahia
Salvador – Praça do Campo Grande, às 9h
Ceará
Fortaleza – Praça da Bandeira, às 9h; Gentilândia, às 16h; e Casa do Estudante, às 19h
Distrito Federal
Brasília – às 15h, ato no Congresso Nacional.
Espírito Santo
Vitória – Praça Costa Pereira, 10h
Goiás
Goiânia – Praça Universitária, às 17h
Maranhão
São Luiz – Praça Deodoro, às 16h
Minas Gerais
Belo Horizonte – Praça Afonso Arinos, às 17h
Mato Grosso
Cuiabá – Liceu Cuiabano, às 19h
Mato Grosso do Sul
Campo Grande – Câmara Municipal, às 10h
Pará
Belém – Mercado São Braz, às 17h
Paraíba
João Pessoa – Lyceu Paraibano, às 14h
Paraná
Curitiba – Praça Santos Andrade, às 15h30
Pernambuco
Recife – Rua da Aurora, às 15h
Piauí
Teresina – Praça Rio Branco, às 8h30
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro – Candelária, às 16h
Rio Grande do Norte
Natal – Midway Mall, às 14h30
Rio Grande do Sul
Porto Alegre – Colégio Júlio de Castilhos, às 8h; Faculdade de Direito da UFRGS, às 10h; e Palácio Piratini, às 12h
Rondônia
Porto Velho – Unir Centro, às 17h (concentração às 16h30)
Santa Catarina
Florianópolis – Auditório da Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), às 10h
Chapecó – saguão da Reotira da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), às 10h
São Paulo
São Paulo – Às 11h, será lida a Carta às brasileiras e brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito, na Faculdade de Direito da USP
Às 9h e às 17h, atos no vão livre do Masp
Campinas – Largo do Rosário, às 10h
Ribeirão Preto – Faculdade de Direito, às 10h; e Esplanada do Teatro Pedro II, às 17h
Santos – Praça dos Andradas, às 10h
Sergipe
Aracaju – Praça Getúlio Vargas, Bairro São José, às 15h
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