terça-feira, 19 de julho de 2022

Vitória de Lula já é admitida em meios diversos e até no governo Bolsonaro

 "Performance de Bolsonaro com os embaixadores ontem foi vista como uma tacada errada e que pode ter colocado fim à sua reeleição", aponta Ricardo Noblat

Bolsonaro e Lula (Foto: Isac Nóbrega/PR | REUTERS/Washington Alves)


247 - “Pela primeira vez, desde o início da pré-campanha e da divulgação de pesquisas, a vitória de Lula é dada praticamente como certa em meios diversos, como no Congresso, entre especialistas e analistas e até mesmo dentro do Palácio do Planalto”, avalia o jornalista Ricardo Noblat em sua coluna no portal Metrópoles.

“A ‘performance’ de Jair Bolsonaro ontem no Palácio do Alvorada, na presença de embaixadores de 40 países, pode ter sido o fim do seu sonho de reeleição. Mas mesmo antes desse evento-fiasco, as avaliações são de que Lula caminha para vencer”, diz o jornalista.


“Alguns indicadores: Lula tem amealhado apoios diversos, de ruralistas a parte significativa do MDB; congressistas da base do governo admitem – como na consulta do Congresso em Foco – a vitória do petista; Bolsonaro começa a dar declaração do tipo ‘não vou ligar para Lula’, se o adversário vencer, e que ‘não vou entregar (o governo) de tanque cheio’”, acrescenta.

“Em nove dias, o presidente sofreu esses dois reveses eleitorais: o assassinato de um militante petista no Paraná por um seguidor de Bolsonaro e, por fim, esse papelão ontem no Alvorada”, aponta.

De acordo com Noblat, “a morte do petista em Foz do Iguaçu foi visto como uma materialização do bolsonarismo: um adepto do presidente, gritando seu nome, invadiu uma festa de petista – recheada de enfeites do partido e toalha com rosto de Lula – e matou o aniversariante, tido como uma pessoa tolerante e que recebia até amigos eleitores do atual presidente”. 

“A PEC Eleitoral parece ter sumido do noticiário com essa agenda negativa que atinge o presidente. Nem se tem certeza ainda de seus efeitos eleitorais, se pode mudar de forma considerada o cenário, hoje, todo a favor do petista”, aponta.

“Lula sabe jogar. Não é novidade. Constrói nos bastidores. Não é mercurial como o adversário. Não é Bangu contra o Flamengo, como falou Bolsonaro”, conclui.

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