quinta-feira, 14 de julho de 2022

Ministro da Defesa reforça discurso de Bolsonaro e propõe 'votação paralela' em cédula de papel no dia da eleição

 Proposta das Forças Armadas segue o tom das críticas e questionamentos feitos por Jair Bolsonaro acerca do sistema eletrônico de votação

(Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

247 - O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, apresentou, durante audiência no Senado realizada nesta quinta-feira (14), uma proposta paralela de votação no pleito de outubro por meio do uso de cédulas de papel.

A proposta, justificada sob o argumento de que é preciso reforçar a “transparência do sistema eleitoral'', segue o tom das críticas e ataques feitos por Jair Bolsonaro (PL) contra as urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral. Apesar das alegações de Bolsonaro e seus seguidores, nenhuma alegação de fraude ou falha foi comprovada ao sistema eletrônico de votação em uso há mais de 25 anos no Brasil. 


Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, ao apresentar a proposta, o ministro da Defesa teria dito que votação adicional seria somente um “teste de integridade” das urnas eletrônicas em 2 de outubro, já que além da votação com cédulas de papel, haveria uma segunda urna eletrônica nas seções escolhidas. Ainda segundo ele, o “teste” acrescentaria uma outra fase no processo de fiscalização das eleições. 

Também presente na audiência no Senado, o chefe da equipe das Forças Armadas no grupo de Fiscalização do Processo Eleitoral, coronel do Exército Marcelo Nogueira de Sousa, explicou a ideia:

“Como seria esse teste? Urnas seriam escolhidas, só que em vez de levar para a sede do TRE, essa urna seria colocada em paralelo na seção eleitoral, onde teria eleitores com biometria. O eleitor faria sua votação e seria perguntado se ele gostaria de contribuir para testar a urna. Ao fazer isso, ele geraria um fluxo de registro na urna teste similar à urna original e, após isso, os servidores fariam votação em cédulas de papel e depois dessa votação em cédulas ela seria conferida com o boletim de urna”. 

Os questionamentos das Forças Armadas sobre o sistema eleitoral acontecem na esteira das tentativas do Planalto de colocar em dúvida o sistema eleitoral do Brasil e, desta forma, questionar o resultado do pleito presidencial caso Jair Bolsonaro não seja reeleito. Segundo todas as pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera a corrida eleitoral e poderá ser eleito no primeiro turno.

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