Donos de postos também reagiram ao decreto de Bolsonaro exigindo que preços de antes e depois da redução do ICMS sejam exibidos nos estabelecimentos: "ação eleitoreira"
247 - Após Jair Bolsonaro (PL) editar decreto obrigando postos de gasolina a exibirem os preços dos combustíveis antes e depois da redução do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), o ex-presidente Lula (PT) foi ao Twitter escancarar a hiprocrisia do chefe do governo federal.
Ele destacou que os combustíveis estão caros no Brasil por conta da decisão da Petrobrás de dolarizar os produtos. Ou seja, as altas internacionais do petróleo são repassadas aos consumidores brasileiros. Com isso, a Petrobrás lucra cada vez mais e a renda do povo é transferida aos acionistas privados da empresa.
Se o presidente da Petrobrás é quem decide sobre a política de preços da empresa e se Bolsonaro é quem indica o presidente da Petrobrás, o chefe do governo federal é, portanto, responsável direto pela alta dos combustíveis, argumenta Lula. "Bolsonaro quer que postos mostrem o ICMS ao lado do preço da gasolina. Mas quem decidiu o preço dolarizado foi o presidente da Petrobrás, escolhido por ele. Como presidente, enfrentei uma crise em 2008, o barril foi para US$ 147 e a gasolina era R$ 2,60".
Donos de postos criticam Bolsonaro
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustíveis-DF), Paulo Tavares, criticou ao Metrópoles o decreto de Bolsonaro, classificando-o como "ação eleitoreira".
Ele disse se tratar de uma prática "desnecessária" e pontuou que a queda nos preços com a redução do ICMS é passageira. "Se houver um aumento nas refinarias e a Petrobrás fizer novos ajustes, [o combustível] poderá ter preços maiores. Estamos trabalhando com hipóteses. Se isso acontecer, como o consumidor vai entender? Os preços são livres e o mercado já vem transferindo as baixas para o consumidor. Não há como jogar agora a conta para o revendedor".
“É preciso reconhecer o esforço dos governadores que foram os maiores contribuintes nessa queda, com 57% de participação no total da baixa, através da renúncia fiscal do ICMS. A baixa vai perdurar e os impostos federais serão até o fim do ano, o que leva a crer que é uma atitude eleitoreira”, completou.
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