De acordo com a família do poeta, quando ele ganhou a honraria, "o Brasil era outro, com autoridades que se faziam merecedoras de respeito"
247 - A família do escritor Carlos Drummond de Andrade afirmou nesta sexta-feira (1º) ser um "verdadeiro deboche" a entrega da Medalha Biblioteca Nacional — Ordem do Mérito do Livro, da Biblioteca Nacional, ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ). De acordo com a família do poeta, quando ele ganhou a honraria, "o Brasil era outro, com autoridades que se faziam merecedoras de respeito pela dignidade, pelo decoro e pela conduta ética, mandatários que, diferentemente de hoje, não nos envergonhavam como povo e não nos apequenavam como nação".
"Diante desse verdadeiro deboche, a família de Carlos Drummond de Andrade vem a público lembrar que o poeta recebeu a homenagem quando a Biblioteca Nacional era dirigida pela escritora Maria Alice Barroso, nome respeitável que honrou e engrandeceu a Casa", disse, de acordo com relatos publicados nesta sexta-feira (30) pela coluna de Mônica Bergamo.
A homenagem é historicamente concedida a autoridades e intelectuais que contribuem para o universo da literatura.
O escritor, poeta e tradutor Marco Lucchesi e o professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Antonio Carlos Secchin, imortais da Academia Brasileira de Letras, recusaram a medalha. O motivo foi a decisão de entregá-la ao deputado Daniel Silveira.
Investigações
No dia 20 de abril, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o deputado bolsonaro a oito anos de prisão, após o parlamentar divulgar, no primeiro semestre do ano passado, um vídeo com ataques a ministros da Corte.
No dia 21 daquele mês, Jair Bolsonaro (PL) deu um indulto (perdão) a Silveira. No dia 26 de abril, o ministro do STF Alexandre de Moraes afirmou que a iniciativa do política do PL não terá a consequência "afastar a inelegibilidade decorrente de condenação criminal".
As multas aplicadas ao deputado estão próximas de R$ 1 milhão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário