“O ataque às urnas eletrônicas como pretexto para se brandir cólera não induzirá o país a erro”, afirmou Edson Fachin
247 - Em reunião com advogados do Grupo Prerrogativas, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Edson Fachin, na tarde desta terça-feira, 26, mandou duro recado a Jair Bolsonaro (PL). O chefe da Justiça Eleitoral criticou a cruzada golpista de Bolsonaro contra as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral.
“O calendário eleitoral está em dia. A regra está dada. O TSE não se omitirá. A justiça eleitoral de todo o país não cruzará os braços… O TSE não está só, porquanto a sociedade não tolera o negacionismo eleitoral”, disse Fachin. “O ataque às urnas eletrônicas como pretexto para se brandir cólera não induzirá o país a erro”, declarou.
“Há 90 anos, criamos a Justiça Eleitoral para que ela conduzisse eleições íntegras e o Brasil confia na sua Justiça. Amarrada à Constituição e à institucionalidade, qual Ulisses de Homero, a Justiça eleitoral não se fascina pelo canto das sereias do autoritarismo, não se abala às ameaças e intimidações. Somos juízes, e nosso dever é abrir os nossos ouvidos à Constituição e às suas cláusulas pétreas democráticas, como bem pontuou metaforicamente o filósofo norueguês Jon Elster. A agressão às urnas eletrônicas é um ataque ao voto dos mais pobres”, disse Fachin.
“Cumprimento as advogadas e os advogados aqui presentes. É louvável a preocupação com a democracia e a vida pública no país. Não há justiça sem sociedade civil e advocacia fortes e em diálogo, nomeadamente para defender o processo eleitoral, as eleições, e o próprio Estado democrático de direito”, seguiu o ministro.
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