"Nas últimas eleições, eu anulei meu voto. Ambas as candidaturas me pareciam inapoiáveis. Em retrospecto, vejo que errei", diz Gustavo Ioschpe
(Foto: RICARDO STUCKERT)
247 – O empresário e colunista liberal Gustavo Ioschpe, presença recorrente nas páginas de opinião de veículos conservadores, publica artigo nesta segunda-feira, na Folha de S. Paulo, em que explica por que votará no PT pela primeira vez na sua vida.
"Nunca votei no PT. Participei das passeatas a favor do impeachment de Dilma Rousseff, revoltei-me com o mensalão e o petrolão e não tenho afinidade ideológica com o partido. Apesar desse histórico, em outubro votarei com tranquilidade em Lula, no primeiro turno. A escolha é fácil. Explico-me", diz ele. "A primeira função de governos é zelar pela vida das pessoas. Nossos líderes devem se esforçar para que não padeçamos de mortes evitáveis ou sofrimentos desnecessários. Além de garantir a nossa integridade física, eles precisam se empenhar pela sobrevivência do corpo político que nos preserva. Bolsonaro vai contra tudo isso. Ele é um entusiasta da morte, da violência", prossegue.
Ioschpe também contesta o discurso da honestidade de Bolsonaro. "A aparência de seriedade, porém, é mais fruto da supressão das instituições investigativas do que de uma
possível conversão do centrão. De resto, a ausência de prisões até agora se deve ao fato de que a corrupção foi legalizada. Em um verdadeiro golpe de mestre do patrimonialismo, o que era mensalão virou orçamento secreto", afirma.
"Lula na Presidência está longe de ser meu cenário ideal. Em uma eleição normal, a gente escolhe o capitão que vai levar o barco para o porto de destino que desejamos. Mas esta não é uma eleição normal. A escolha é entre aquele que nos fará chegar a um lugar indesejado versus um piromaníaco que está tacando fogo no navio", escreve ainda o empresário liberal. "Nas últimas eleições, eu anulei meu voto. Ambas as candidaturas me pareciam inapoiáveis. Em retrospecto, vejo que errei. E não repetirei o erro. Entre a esquerda e a direita, escolherei a vida e a democracia."
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