terça-feira, 12 de julho de 2022

Bolsonaro defende assassino que matou cidadão brasileiro em seu aniversário de 50 anos

 Jair Bolsonaro tentou transformar o terrorista bolsonarista Jorge José Guaranho em vítima: "encheram a cara dele de chute"

Jair Bolsonaro e Jorge José da Rocha Guaranho (Foto: ABR | Divulgação)


247 - Jair Bolsonaro tentou transformar em vítima, nesta terça-feira (12), o agente penitenciário bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, que matou o militante do PT  Marcelo Arruda após invadir uma festa de aniversário que tinha como tema o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Para os petistas, chute na cara de quem tá caído no chão é violência do bem”, disse. 

"O pessoal da festa, todos petistas, encheram a cara dele [Guaranho] de chute. Se esse cara morre de traumatismo craniano, esses petistas vão responder por homicídio", afirmou Bolsonaro durante conversa com apoiadores no  Palácio do Alvorada, de acordo com o UOL

Ainda segundo Bolsonaro, “grande parte da imprensa mostrou as imagens do tiroteio dentro do recinto, não mostrou o que aconteceu lá fora, nada justifica a troca de tiros. A investigação está sendo concluída [...] pra gente ver que teve um problema lá fora. O cara que morreu, que tava lá na festa, jogou uma pedra no vidro daquele cara que estava com a arma, depois ele voltou e começou o tiroteio onde morreu o aniversariante. O outro ficou ferido no chão, daí o pessoal da festa, todos petistas, encheram a cara dele de chute". 

O que Bolsonaro não contou foi que Guaranho havia passado no local momentos antes de cometer o crime xingando e ameaçando os participantes da festa, como relatado por testemunhas e confirmado pelas câmeras de segurança da Associação Recreativa e Esportiva da Segurança Física (Aresf), clube onde aconteceu o crime e do qual o atirador bolsonarista é um dos diretores. 

Na segunda-feira (11), Bolsonaro - que costuma utilizar seus discursos para pregar o uso da violência por parte de seus  seguidores contra os adversários - buscou se eximir da responsabilidade sobre o crime, afirmando "não ter nada a ver" com o assassinato e tentou resumir o episódio de violência política a "uma briga entre duas pessoas"

Segundo as testemunhas, Guaranho invadiu a festa aos gritos de "aqui é Bolsonaro" e” Luladrão”. Na ocasião ele estava com a mulher e uma criança no interior do carro. Após ser expulso do local, ele retornou sozinho cerca de 20 minutos depois e foi recebido por Arruda, que era guarda municipal,  e pela esposa, a policial civil Pamela Suellen Silva. 

O casal se identificou como agentes da segurança pública. Neste momento, Guaranho teria efetuado os disparos. Mesmo ferido, Arruda conseguiu revidar e atingiu o atirador. O atirador segue  internado em estado grave em um hospital de Foz do Iguaçu e teve a sua prisão preventiva decretada pela Justiça

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