A publicação ocorre diante de uma nova ofensiva de Jair Bolsonaro contra a Justiça Eleitoral e as urnas eletrônicas durante reunião com embaixadores
247 - O procurador-geral da República, Augusto Aras, publicou nesta quinta-feira, 21, um vídeo antigo em seu canal do YouTube no qual defende o sistema eleitoral brasileiro. A publicação ocorre diante de uma nova ofensiva de Jair Bolsonaro (PL) contra a Justiça Eleitoral e as urnas eletrônicas durante reunião com embaixadores na segunda, 18.
Após três dias de silêncio sobre o assunto, o único pronunciamento de Aras foi a publicação da gravação de uma entrevista que deu a jornalistas estrangeiros no dia 11 de julho.
O PGR está sendo cobrado por parlamentares, procuradores do Ministério Público e membros da sociedade civil a tomar um posicionamento. O Supremo Tribunal Federal (STF) foi acionado. Parlamentares pedem que Bolsonaro seja investigado por supostos crimes contra o Estado Democrático.
No vídeo publicado por Aras, no início, aparece um texto dizendo que "diante dos últimos acontecimentos do país [...] recorda a necessidade de distanciamento, independência e harmonia entre os poderes".
"As instituições existem para intermediar e conciliar os sagrados interesses do povo, reduzindo a complexidade das relações entre governantes e governados", continua o texto, antes de passar para a declaração gravada.
"Nós não aceitamos a alegação de fraude, porque nós temos visto sucesso da urna eletrônica, ao longo dos anos, especialmente, no que toca à lisura dos pleitos", afirmou Aras na ocasião.
"Nós não acreditamos no 6 de janeiro [no Brasil]. E eu tenho defendido que, quem ganhar a eleição vai levar, vai tomar posse", declarou Aras. Nos Estados Unidos, em 6 de janeiro, apoiadores do ex-presidente Donald Trump invadiram o Capitólio (parlamento dos EUA) contra o resultado eleitoral que deu vitória a Joe Biden.
"Nós compreendemos, e temos dito isso sempre, que a democracia é o governo dos contrários, que a democracia passa por uma tensão permanente, mas uma democracia se revela mais pujante, mais forte, na medida em que ela consegue resistir, com as suas instituições, a essa pressão contínua", completou o procurador-geral.
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