"É caso para investigação e, se confirmada a denúncia, proposição de impeachment por quebra de decoro ou coisa pior", afirma a jornalista
247 - A jornalista Cristina Serra afirma, em sua coluna no jornal Folha de S. Paulo, que a viagem feita pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques para Paris, com tudo pago por um advogado que atua em diversos processos na corte, é “algo gravíssimo”. “O bate-e-volta intercontinental teria custado R$ 250 mil e incluído dois dias de expediente”, ressalta a jornalista.
“Quem pagou as despesas? Se não foi o advogado, foi o ministro? De que forma? Que interesses o advogado defende? O que prevê o regimento do STF nesse caso? O olímpico passeio internacional de Sua Excelência vai ficar por isso mesmo? A sociedade não merece uma explicação clara, objetiva e sem delongas? Com a palavra, o Supremo”, questiona.
Para ela, “já é gravíssimo um magistrado viajar em jatinho de luxo de advogado, tendo ou não causas no tribunal em questão. Se tem, piora muito. Se as despesas foram pagas pelo advogado, tudo se agrava exponencialmente. É caso para investigação e, se confirmada a denúncia, proposição de impeachment por quebra de decoro ou coisa pior. As regras estão estabelecidas na Constituição Federal combinada com a lei 1.079/1950”.
“O Brasil rebaixou-se a um grau de derretimento ético tão profundo que a publicação da farra de Sua Excelência reverberou quase nada entre autoridades, instituições, imprensa. Como interpretar tamanho silêncio? Permissividade com a transgressão? Lassidão moral? Cumplicidade? Corporativismo? Medo? Tudo junto?”, questiona.
Nenhum comentário:
Postar um comentário