quarta-feira, 15 de junho de 2022

"Se eu contar uma mentira, você acredita se quiser", diz Bolsonaro

 Declaração foi dada em entrevista à apresentadora Leda Nagle. Bolsonaro voltou a atacar o STF, dizendo que o ministro Moraes tenta desgastar o seu governo

Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino | Reprodução)

247 - Jair Bolsonaro (PL) minimizou nesta quarta-feira (15) a divulgação de notícias falsas e voltou a criticar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news na Corte. A entrevista foi concedida ao canal da jornalista Leda Nagle no YouTube.

"A preocupação do Alexandre de Moraes é fake news. Pelo amor de Deus. Ô, Leda, se eu contar uma mentira para você agora, você acredita se quiser. Ou, se você não gostar, você nunca mais fala comigo, você nunca mais entra na minha página", afirmou. "Ele (Moraes) vem arranjando maneiras de desgastar o meu governo e também retirar do ar parte das pessoas que me apoiam".

O magistrado afirmou à CNN Brasil que não iria se manifestar sobre as declarações de Bolsonaro.

Bolsonaro criticou nos últimos anos ministros do STF e do TSE com o objetivo de passar à população a mensagem de que o Poder Judiciário atrapalha o seu governo. Um dos ataques recentes aconteceu no sábado (11) passado, quando ele disse que o ministro do Supremo Luís Roberto Barroso é "sem caráter" e questionou se Moraes é "psicopata"

Mas a administração federal tem problemas de governabilidade desde o início do mandato, em 2019. Baixo crescimento econômico e falta de retomada dos direitos sociais e trabalhistas foram alguns dos motivos para a dificuldade de apoio a Bolsonaro, que também enfrentou problemas de articulação com o Congresso desde o primeiro ano de gestão. No ano seguinte, ele montou um orçamento secreto para a compra de apoio parlamentar. 

Para desviar as atenções da população ao seu governo, ele ataca instituições e defende a participação de militares na checagem dos resultados das eleições, o que é visto por oposicionistas ao governo e por setores progressistas da sociedade como tentativa de golpe caso seja derrotado nas eleições.

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