A segurança de Lula já desperta preocupação na Polícia Federal. "Está todo mundo preocupado com a militância de extrema direita", afirma uma fonte da PF
247 - O ex-presidente Lula (PT) teve seu esquema de segurança reforçado, até mesmo dentro de casa, informa Malu Gaspar, do jornal O Globo. A proteção de agentes da Polícia Federal (PF) aos candidatos a presidente ainda não entrou em vigor, mas por ser ex-presidente, o petista tem direito a um time de segurança fornecido pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do Palácio do Planalto.
A equipe do GSI intensificou o acompanhamento a Lula após episódios recentes. Em Campinas, São Paulo, por exemplo, manifestantes cercaram o carro do ex-presidente enquanto ele se encaminhava para um almoço. No Paraná, um deputado ameaçou de morte. Ameaças deste nível têm se tornado cada vez mais comuns.
Seguranças evitam deixar Lula sozinho e estão quase todo o tempo a alguns passos de distância do ex-presidente. Deslocamentos longos são desaconselhados e até mesmo locais de gravação de material de campanha são escolhidos levando em consideração sua segurança.
Em ato em Juiz de Fora, Minas Gerais, seguranças alertaram Lula sobre a localização do palco e sobre estar muito próximo ao público. Mesmo assim, o ex-presidente quis participar do ato.
Ainda que não tenha começado, a Polícia Federal já se preocupa com o esquema de segurança de Lula, que lidera todas as pesquisas eleitorais. Em reunião nesta terça-feira (31) com os assessores dos principais candidatos, representantes da Polícia Federal expuseram os detalhes. A PF mobilizará cerca de 300 agentes e carros blindados. O custo deve ser de aproximadamente R$ 57 milhões.
A distribuição do efetivo será feita de acordo com uma escala de 1 (baixo risco) a 5 (maior risco), levando em consideração a projeção nacional do candidato, seu desempenho nas pesquisas, sua visibilidade e histórico de ameaças. Haverá também uma avaliação sobre o risco de cada evento, que levará em consideração o local e a quantidade de pessoas, por exemplo.
A preocupação central é com eventos que aglomerem multidões, o que abre espaço para a ação de lobos solitários.
"Lula não saiu da toca ainda (em termos de eventos de campanha), e o sentimento antipetista ainda é muito forte. Está todo mundo preocupado com a militância de extrema direita. (...) O discurso de extrema esquerda gerou um Adélio Bispo (que teria esfaqueado Bolsonaro na campanha presidencial de 2018). O discurso de extrema direita pode gerar outro Adélio”, disse uma fonte da Polícia Federal à Malu Gaspar.
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