O ex-presidente também defendeu mais investimentos em educação, criticou a violência policial e alertou contra fake news
247 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou Jair Bolsonaro (PL), nesta terça-feira (31), e prometeu "um orçamento participativo" em nível nacional para o "povo dizer o que quer". "Se a gente não fizer isso, qualquer presidente vai ser refém do orçamento secreto. Não estou a fim de fazer o povo ficar refém", disse ele, que participou de um evento em São Paulo, onde foram lidas cartas enviadas ao petista quando estava na prisão em Curitiba (PR), após ser condenado sem provas por Sergio Moro, declarado parcial pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Em seu discurso, o ex-presidente também afirmou que "a ignorância não gera um estadista, gera um Bolsonaro". Lula defendeu "colocar mais jovens para estudar não é opção, é necessidade no País". "Nenhum país foi soberano sem investir na educação. O Brasil precisa de livros e não de armas", afirmou. "Que não venha nenhum ministro dizer que não pode investir em educação porque é gasto. Gasto é pagar taxa de juros que a gente paga para sobreviver", continuou.
O petista fez críticas ao baixo nível de crescimento da economia brasileira. "As pessoas estão se endividando para cobrar comida, cesta básica. Que mundo é esse? O Brasil nunca precisou tanto de nós como precisa agora. Jamais imaginei que voltaríamos ao nível de pobreza, de desemprego, de inflação que temos, ao nível de paira internacional que estamos".
Violência policial
O ex-presidente também criticou a violência policial, em um contexto no qual a chacina da Vila Cruzeiro (RJ) e o caso Genivaldo de Jesus Santos, morto por asfixia dentro de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF) geraram revolta entre setores progressistas da política, ativistas sociais e internautas.
"A luta não é fácil, estamos lutando contra os matadores da Marielle, contra milicianos, que não têm medo de matar inocente, que não tem medo de fazer com Genivaldo o que a Polícia Rodoviária Federal fez em Sergipe", disse o petista. "Você viu o presidente chorar com alguma morte por Covid, nas chacinas causadas pela polícia. Violência da polícia é ausência do Estado no cumprimento das suas funções", acrescentou Lula. "O braço-armado do Estado não direito de chegar atirando dizendo que todo mundo é bandido".
Alerta contra fake news
Em seu pronunciamento, o ex-presidente destacou a importância de se autoridades do Poder Judiciário ficarem atentas ao esquema bolsonarista de fake news. "Não vamos permitir ser derrotado por zap (WhatsApp), ou fake News, pelo telegram ou pelo instagram", disse.
"Temos que ter a disposição de visitar esse país. Eu acredito. Vamos dar a volta por cima", disse. "Não é só ganhar, é ganhar e governar. Valeu a pena vocês acreditarem. Estou com mais disposição do que estava em 89, em 94, em 98 e em 2006".
Intenções de voto
A pesquisa telefônica do Instituto FSB, divulgada nessa segunda-feira (30), apontou o ex-presidente com 46% do eleitorado, mais que a soma dos votos de todos os adversários dele, ou seja, seria eleito no primeiro turno.
Os números do Instituto Datafolha, divulgados na última quinta-feira (26), mostraram o petista com 54% dos votos válidos - seria eleito em primeiro turno. Nos votos totais, o ex-presidente alcançou 48% contra 27% de Bolsonaro, segundo colocado.
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