Presidente do PSD, Gilberto Kassab vê a sigla mais próxima de Lula do que de Bolsonaro, mas diz que "tudo caminha para liberar" o apoio interno a qualquer candidato
Ele afirma sentir uma "presença muito forte" do petista em São Paulo, assim como em outros estados. “Hoje as pesquisas mostram uma tendência de eleição no primeiro turno. Sinto pelos depoimentos dos nossos quadros - [senador] Omar Aziz no Amazonas, [senador] Otto Alencar na Bahia, o Kalil em Minas Gerais - a presença muito forte do Lula nos seus Estados, de uma pesquisa vigorosa que vai se sustentar. São Paulo é minha praia, fui prefeito, secretário municipal, vice-prefeito, modéstia à parte eu conheço. Sinto a presença do Lula muito forte na capital”, disse o político em entrevista ao jornal Valor Econômico desta segunda-feira (6).
Por outro lado, diz o dirigente partidário, o PSD não deverá apoiar oficialmente o petista. Ele explica que no Paraná, por exemplo, o governador Ratinho Jr. (PSD) disputa a reeleição contra Roberto Requião (PT). "Imagina se estivéssemos apoiando o Lula, a gente ia considerar o [governador do Paraná, candidato à reeleição] Ratinho Júnior um dissidente? E se estivéssemos apoiando o presidente Bolsonaro, iríamos considerar o Kalil um dissidente?", pergunta. Alexandre Kail (PSD), ex-prefeito de Belo Horizonte, disputa o governo de Minas Gerais contra Romeu Zema (Novo), simpático a Bolsonaro.
Sendo assim, prossegue Kassab, no PSD "tudo caminha para liberar" seus integrantes a apoiar o candidato de sua preferência. "Os quadros do PSD que estão com o presidente acreditam que vai ter segundo turno, e que o Bolsonaro pode ganhar. Mas, no PSD, não temos próximo do Bolsonaro tantos quadros como os que estão com Lula", reconhece.
Segundo Kassab, Lula só apresentará queda nas pesquisas se errar na campanha, enquanto Bolsonaro precisa de outras circustâncias para subir. "Lula depende dos seus erros [para cair nas pesquisas], o Bolsonaro depende também das circunstâncias, e a mais importante é a questão da economia, a inflação, o desemprego. Também voltará na campanha a questão da pandemia, o Bolsonaro vai ser cobrado pelo negacionismo. Teremos nas eleições quase 700 mil pessoas que terão morrido [de Covid-19]".
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