Grupos nativos encontraram blusa atribuída a Bruno Pereira com manchas de sangue entre domingo e segunda-feira
247 - Grupos indígenas tiveram fundamental participação nas buscas por pistas envolvendo o desaparecimento dos corpos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Philips, mostra reportagem do veículo britânico Channel 4.
O correspondente da América Latina do canal, Guillermo Galdos, acompanhou por três dias as buscas de mais de 20 voluntários nativos, de quatro comunidades indígenas diferentes da região do Vale do Javari, até que fosse encontrada uma blusa com manchas de sangue boiando em um rio da região. Segundo os envolvidos nas procuras, que eram próximos de Bruno, ela pertencia ao indigenista.
Até aquele momento, as buscas dos voluntários já duravam oito dias. “A gente não vai desistir. Até achar alguma coisa, vamos continuar na busca ativa, porque o Bruno era gente querida, ele queria nos defender e nos ensinar a cuidar do território. Mas ele sumiu. Por isso, a gente tem que encontrar”, havia dito Binin, líder da comunidade indígena Matis
Binin também denunciou o aumento da violência na região do Vale do Javari. Há três meses, havia uma base policial peruana, mas ela foi atacada, queimada e suas armas foram roubadas por criminosos. “É triste ver isso, nossa região tá chegando criminosos, a gente fica com medo de atacarem a gente. Nessa região do Vale do Javari tem narcotráfico, estão plantando muita coca.”
Mesmo com os incansáveis esforços das comunidades nativas da região para auxiliar nas buscas por Bruno e Dom, não houve reconhecimento durante a coletiva de imprensa para divulgar a localização dos corpos. Nenhum indígena esteve presente, apenas agentes policiais e autoridades.
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