terça-feira, 21 de junho de 2022

Incentivada por Bolsonaro, base governista recolhe assinaturas para criar a CPI da Petrobrás

 Aliado do Planalto, o presidente da Câmara, Arthur Lira, chegou a defender que o governo edite medidas provisórias para mudar a legislação de temas como a Lei das Estatais

Arthur Lira (Foto: Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados | Flávio Emanuel/Agência Petrobras)


247 - A insistência de Jair Bolsonaro em criar uma CPI para investigar a política de preços adotadas pela Petrobrás e os executivos da estatal, indicados por ele para os cargos, levou o PL - partido do atual ocupante do Palácio do Planalto - a coletar assinaturas visando tentar abrir uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a petroleira.

Nesta segunda-feira (20), ao anunciar que as lideranças do PL estavam recolhendo as assinaturas, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) cobrou que o governo federal e o Ministério da Economia se envolvam diretamente nas discussões. Ele chegou a pedir que o Planalto "resolva algumas questões infraconstitucionais por meio de medidas provisórias que alterem, por exemplo a Lei das Estatais, e que têm aplicação imediata, em vez de aguardar a tramitação de projetos de lei”. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.  

"Líder Altineu [Côrtes, PL-RJ] ]já apresentou requerimento de pedido de CPI, pelo Partido Liberal. Os partidos estão cada um com seu convencimento, líderes vão conversar com seus deputados para dar respaldo ou não a esse pedido. E CPI é lícito e normal a formatação feita por qualquer deputado ou qualquer partido", disse Lira, de acordo com a reportagem. 

Também nesta segunda-feira, Lira se reuniu com os líderes das principais bancadas da Câmara, para tratar da possibilidade de abertura de  uma CPI para investigar os diretores da Petrobrás. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também participou do encontro. 

A crise aberta pelos reajustes dos preços de combustíveis da ètrobras - baseada na cotação internacional do petróleo e na variação cambial - levou o executivo José Mauro Coelho a renunciar ao cargo de presidente da estatal nesta segunda-feira. Apesar de atacar os executivos e a própria Petrobrás, Bolsonaro tem se recusado a alterar a política de preços da companhia, que tem a União como principal acionista. 

Apesar da movimentação da base governista, a bancada de oposição avalia que o pedido de criação de uma CPI foi um "balão de ensaio" para forçar a queda do presidente da Petrobrás. Apesar disso, o líder da  minoria, Jean Paul Prates (PT-RN), afirmou que se o colegiado for realmente instalado a bancada irá trabalhar para apontar os "malfeitos desse governo na gestão da Petrobras que privilegia unicamente os acionistas e esquece do principal motivo de existência de uma empresa que é o consumidor". 

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