Ex-ministro da Fazenda, que conduziu a economia num período de grande prosperidade, diz que o Brasil só terá saída com a retomada do crescimento
247 – O ex-ministro Guido Mantega, que conduziu a economia brasileira no período de maior prosperidade da era recente, com forte expansão do PIB, equilíbrio fiscal, acumulação de reservas internacionais e redução da desigualdade, afirmou, em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, que o Partido dos Trabalhadores irá reconstruir o Brasil depois de toda a destruição promovida por Michel Temer e Jair Bolsonaro. "O PT vai buscar um caminho para a reconstrução do País, que vem sendo destruído por Bolsonaro", disse ele. "Precisamos de emprego e renda".
Guido afirmou que o Brasil regrediu muito com Temer e Bolsonaro e hoje tem 33 milhões de pessoas passando fome. "É hora de relançar o crescimento para retomar o estado de bem-estar social", afirmou. Na entrevista, Guido afirmou que o teto de gastos reduziu o mercado interno e a criação de empregos. "O teto, na prática, foi criado para reduzir gastos sociais. O investimento não pode ser travado pelo teto de gastos", disse ele, que destacou os bons resultados do PT na área fiscal. "Fizemos onze anos de superávit primário. Ninguém fez isso na história do Brasil."
Guido também apontou outros fracassos da chamada 'ponte para o futuro'. "A reforma trabalhista também foi muito ruim, pois tinha como objetivo tirar direitos dos trabalhadores. Além disso, a Petrobrás, que era a empresa que mais investia no Brasil, hoje investe um quarto do que fazia nos governos do PT. É preciso reestatizar as empresas estratégicas. A venda da Eletrobrás, por exemplo, é muito negativa para o Brasil. A Eletrobrás vai mirar o lucro máximo, não necessariamente os investimentos. E as tarifas de energia vão crescer ainda mais", afirmou.
Capitalismo financeirizado
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O ex-ministro disse ainda que há uma financeirização do capitalismo brasileiro. "O que importa não é mais produzir, mas gerar lucros de curto prazo. De 2003 a 2014, tivemos um crescimento do PIB de 48%. Com Temer e Bolsonaro, o PIB foi negativo. Conosco, a renda dos mais pobres subiu 70% e tivemos pleno emprego", recorda. "O problema foi a queda de rentabilidade do setor financeiro e das empresas, no fim do governo Dilma. Quando baixamos os juros, o setor produtivo não aplaudiu, porque também está financeirizado", diz ele.
Guido também comentou os ataques da mídia ao programa econômico do PT. "Os meios de comunicação nunca gostaram do Lula, mesmo quando ele fazia o Brasil crescer 4,5% ao ano. Existe um preconceito porque sabem que ele empodera os trabalhadores. Nos nossos governos, baixamos a dívida ao seu menor nível. O mercado sabe que Lula é responsável", afirmou, antes de comentar o estrago causado pela Lava Jato.
"Foi uma farsa montada para tirar o PT do poder, que finalmente foi desmascarada. O mal que Moro causou aos brasileiros é imensamente maior do que o que recuperou. Moro destruiu as onze maiores empreiteiras brasileiras", pontuou.
O ex-ministro afirmou que a retomada vai passar pela construção, que é um setor que cria muitos empregos e tem poder multiplicador."O Brasil tem potencial de crescimento de 4%, 5% ao ano, nós provamos isso", afirmou. Guido disse ainda que o ex-presidente Lula pode trazer harmonia à sociedade. "A situação atual é tão grave quanto a de 2003. Naquele ano, não tínhamos reservas e estávamos quebrados. Daquele problema estamos livres. Mas o Bolsonaro estropiou o estado brasileiro", afirmou.
Sobre seu futuro, Guido disse que não pretende ser ministro novamente. "Fui o mais longevo ministro da Fazenda, mas estarei sempre ajudando o presidente Lula. Participei da campanha de 1989 e me tornei seu assessor em 1992. Vou continuar colaborando", disse ele, antes de mandar um recado para os meios de comunicação. "Espero que caia a ficha da imprensa, depois do que foi o governo Bolsonaro."
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