terça-feira, 14 de junho de 2022

Governo Bolsonaro transformou a Funai em uma fundação anti-indígena

 Demarcações de terras indígenas estão paralisadas, enquanto governo persegue servidores e lideranças da Funai


247 - Um documento produzido pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos, o Inesc, em conjunto com a associação Indigenistas Associados, Ina, que representa servidores do órgão, denuncia que o governo Bolsonaro transformou a Funai em uma fundação que atua contra os direitos dos indígenas.

O dossiê aponta uma militarização sem precedentes da Funai. Das 39 Coordenações Regionais do órgão, apenas duas são chefiadas por servidores civis – outras 24 são coordenadas por oficiais das Forças Armadas e policiais militares ou federais, destaca reportagem da jornalista Marina Verenicz na Carta Capital.

A reportagem aponta que o número de processos administrativos disciplinares instaurados para apurar práticas contra os funcionários do órgão tem aumentado vertiginosamente. 

A falta de funcionários também é alarmante. Em 2020, havia mais cargos vagos do que profissionais em atuação no órgão. Ao mesmo passo, a população indígena no País cresceu, demandando ainda mais profissionais especializados para atendê-los.

O documento foi divulgado em meio à pressão sobre a postura do governo Bolsonaro no desaparecimento do indigenista Bruno Araújo Pereira, servidor licenciado da Funai, e do jornalista inglês Dom Phillips, colaborador do jornal The Guardian.

O documento é o resultado de três anos de monitoramento do Inesc e da Associação de Servidores da Funai baseado em informações oficiais, colhidas desde 2019. 

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