Proporção saiu de 27% no governo Dilma para os atuais 38% do ciclo Temer-Bolsonaro
247 – O golpe de estado de 2016, que derrubou a ex-presidente Dilma Rousseff e teve como um dos objetivos a implantação de um choque neoliberal no Brasil, precarizou o trabalho e reduziu dramaticamente a renda dos brasileiros. Como resultado, a proporção de trabalhadores que vivem com apenas um salário mínimo (R$ 1.212) saltou de 27%, em 2015, para 38% nos dias de hoje.
"Apenas no governo Bolsonaro esta participação dos trabalhadores que ganham até o salário mínimo cresceu 8,2 pontos percentuais. Em números absolutos, são 36,415 milhões de pessoas, 8,3 milhões a mais que no fim do governo Temer. Isso ocorreu tanto no emprego formal como no informal. Entre os que têm carteira assinada, o total de pessoas que ganham o piso passou de 14,06% no fim do governo Temer para 22,48% no primeiro trimestre deste ano. Entre os informais, o salto foi de 53,46% para 61,73%. No grupo de trabalhadores sem carteira assinada, há, inclusive, um grande contingente que ganha menos que o piso", informa a jornalista Fernanda Trisotto, do jornal O Globo, que reportou dados coletados pela consultoria Tendências.
"Com o mercado ocioso, em crise, o poder de barganha do trabalhador diminui. E tem casos de pessoas que aceitam trabalhos com qualificação menor, o que vale para o formal. Tem exemplos mais extremos, como o cara que faz doutorado e trabalha como Uber, mas também tem o trabalhador CLT que foi demitido e volta para outra empresa ganhando menos", explica o economista Bruno Imaizumi, da LCA Consultores.
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