Analista do Valor Econômico detalha a estratégia golpista de Jair Bolsonaro
Ministro Braga Netto e Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
247 – Ao escolher o general Braga Netto como seu vice, Jair Bolsonaro deixou claro que não espera mais vencer as eleições no voto. Sua estratégia é contestar o resultado que caminha para a vitória inexorável e incontestável do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi mantido como preso político em 2018 para que Bolsonaro pudesse ser eleito.
"A confirmação do presidente da República de que o vice de sua chapa à reeleição será o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, general Walter Braga Netto, demonstra que Jair Bolsonaro (PL) está mais focado na contestação dos votos do que na obtenção de um resultado eleitoral favorável nas urnas", escreve a jornalista Maria Christina Fernandes, analista política do Valor Econômico.
"Braga Netto não lhe acrescenta votos, mas garante que o Ministério da Defesa aja como operador de uma estratégia fundada na contestação do processo eleitoral e na perseguição de seus adversários", acrescenta a jornalista. "Dificilmente Bolsonaro conseguiria esse grau de adesão do ministro da Defesa e dos comandantes militares a esta estratégia de tumultuar o processo eleitoral se enxotasse Braga Netto de sua chapa, como pretende o Centrão. Se o atual vice, general Hamilton Mourão, foi um seguro contratado por Bolsonaro para não ser derrubado pelo Congresso, Braga Neto cumpre outra função. A de evitar que o eleitor o derrube", finaliza.
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