A corregedoria da Câmara Municipal de Curitiba concluiu que o e-mail com ofensas racistas contra o vereador Renato Freitas (PT) e outros parlamentares da Casa foi forjado, e não partiu de nenhum endereço eletrônico oficial do Legislativo. De acordo com relatório assinado pela corregedora da Câmara, vereadora Amália Tortato (Novo), a sindicância mostrou que o e-mail foi enviado a partir de um domínio da República Checa, que teria forjado o remetente para simular o envio como sendo do vereador Sidnei Toaldo (PSD), relator do processo que recomendou a cassação de Freitas por quebra de decoro parlamentar, pela participação em uma manifestação antirracista no dia 5 de fevereiro, na Igreja do Rosário.
No dia 9 de maio, na véspera da votação pelo plenário do pedido de cassação, Freitas recebeu um e- com ameaças e ofensas racistas. “Eu não tenho medo de você ou dos esquerdistas vagabundos que te defendem, seu negro”, diz o e-mail. “Já metemos pressão na Indiara Barbosa e na Noêmia Rocha (…) A câmara de vereadores de Curitiba não é o seu lugar, Renato. Volta para a senzala. E depois de você vamos dar um jeito de cassar a Carol Dartora e o Herivelto. Vamos branquear Curitiba e a região Sul queira você ou não. Seu negrinho”, escreveu o remetente.
A mensagem tinha como remetente Sidnei Toaldo, que negou ser autor do texto. A pedido da defesa de Freitas, a Justiça suspendeu a sessão de votação do pedido de cassação, até que fosse concluída a sindicância sobre a autoria da mensagem.
“De acordo com verificação junto ao fornecedor do serviço de webmail da CMC (SERPRO), não houve e-mails enviados efetivamente do remetente sidnei.toaldo@cmc.pr.gov.br para o destinatário renato.freitas@cmc.pr.gov.br durante o período solicitado”, aponta o relatório da corregedoria.
“Não havendo registro de mensagem enviada (conforme dito nos itens 1 e 2 acima) nos servidores do SERPRO, pode-se afirmar com total certeza que a mensagem apresentada foi forjada para simular o envio utilizando a estrutura de webmail da CMC”, afirma o corregedora.
De acordo com a corregedoria, os técnicos da Câmara concluíram que a mensagem é nada mais que uma peça forjada para simular o envio de uma mensagem de cunho ofensivo do endereço sidnei.toaldo@cmc.pr.gov.br para o endereço renato.freitas@cmc.pr.gov.br. “Tal mensagem de modo algum saiu da caixa de mensagens da conta sidnei.toaldo@cmc.pr.gov.br, bem como não utilizou o servidor de e-mails do SERPRO para o envio”, assegura.
Com a conclusão da sindicância, a Câmara deve notificar oficialmente a Justiça para solicitar a retomada da sessão de votação do pedido de cassação de Freitas.
Fonte: Bem Paraná
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