A posição de ampla vantagem de Lula em todas as pesquisas eleitorais faz com que empresários e banqueiros formem fila para dialogar com o ex-presidente
247 - O ex-presidente Lula (PT) e setores do PT, segundo Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, avaliam que chegou o momento de abrir a agenda para o empresariado. Até agora, Lula tinha mantido apenas conversas restritas com representantes do mercado, como Abilio Diniz e José Seripieri Junior, da Qsaúde, seus velhos conhecidos.
A consolidação do favoritismo de Lula, que aparece em todas as pesquisas eleitorais com larga vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL), inclusive com chances de vencer a eleição no primeiro turno, "fez crescer a fila de empresários, banqueiros e entidades representativas que aguardam para conversar com ele", relata a jornalista.
A pré-campanha de Lula vinha focando até agora em encontros com políticos e movimentos sociais. Com as alianças estaduais já bem encaminhadas, o ex-presidente avalia agora que pode se voltar para o empresariado.
Nomes importantes do PT, como a presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, e os ex-ministros Aloizio Mercadante e Alexandre Padilha, já vinham tendo contatos com representantes do mercado para falar do que Lula pretende fazer na economia. Em entrevista recente, porém, o ex-presidente afirmou que quem quiser falar sobre economia terá de tratar diretamente com ele. "O mercado precisa conversar com o candidato a presidente. E na hora que eu tiver interesse eu vou conversar com o mercado. Eu não vou ficar indicando economista".
Um interlocutor de Lula que mantém relação com o empresariado afirma que a maior parte do grupo ainda é bolsonarista, mas tem se mostrado desconfiada diante das ameaças golpistas do chefe do governo federal. Na visão deles, se Bolsonaro resolver conturbar o cenário eleitoral com acusações de fraude, a instabilidade pode se instalar no país de forma a prejudicar seus negócios, até mesmo derrubando os papéis do Brasil e das empresas no exterior.
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