domingo, 26 de junho de 2022

Bolsonaro estava ao lado do ministro da Justiça quando disse a Milton Ribeiro ter "pressentimento" sobre ação da Polícia Federal

 Ao ligar para o investigado, Jair Bolsonaro cometeu crime de obstrução judicial, em mais um motivo para impeachment

Jair Bolsonaro durante encontro com o Secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Gustavo Torres. (Foto: Carolina Antunes/PR)


247 – O crime de obstrução judicial atribuído a Jair Bolsonaro, por ter alertado o ex-ministro Milton Ribeiro sobre uma ação da Polícia Federal, pode envolver também o ministro da Justiça, Anderson Torres. "O presidente Jair Bolsonaro (PL) estava em viagem aos Estados Unidos quando, segundo o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, ligou para alertar que ele poderia ser alvo de buscas na investigação sobre o gabinete paralelo de pastores no Ministério da Educação (MEC). Bolsonaro viajou a Los Angeles para participar da IX Cúpula das Américas. Ele também teve um encontro com o presidente americano Joe Biden. O ministro da Justiça, Anderson Torres, estava na comitiva brasileira. A Polícia Federal (PF), responsável pela operação que dias depois chegou a prender Ribeiro, integra a pasta. A PF mantém o ministro informado de suas missões diariamente. A própria agenda oficial de Torres cita a participação no evento", informam os jornalistas Fausto Macedo, Rayssa Motta, Pepita Ortega e Julia Affonso, em reportagem publicada no Estado de S. Paulo.

"Em uma conversa telefônica interceptada, o ex-ministro da Educação indicou ter sido alertado pelo presidente sobre o risco de abrirem buscas contra ele", prosseguem os jornalistas.

– Ele (Bolsonaro) acha que vão fazer uma busca e apreensão em casa”, afirma. 

A ligação, com a filha, é interrompida tão logo ela informa que está ligando do “celular normal”.  

– Ah é? Ah, então depois a gente se fala”, responde Milton Ribeiro. 

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