Brasil registrou a maior variação do IPCA para um mês de abril desde 1996, há 26 anos. Acumulado em 12 meses é maior desde desde outubro de 2003
247 - O desastre da política econômica de Jair Bolsonaro (PL) e do ministro da Economia, Paulo Guedes, levou o Brasil a ter a maior variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, para um mês de abril desde 1996, há 26 anos.
Enquanto a variação para o mês de abril em 1996 foi de 1,26%, o IPCA teve alta de 1,06% em abril deste ano, após alta de 1,62% em março, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quarta-feira, 11. No ano de 2022, o IPCA acumula alta de 4,29%.
No acumulado em 12 meses, a inflação saltou para 12,13%, a maior inflação para o período de 1 ano desde outubro de 2003, quando houve acúmulo de 13,98%. Diante do resultado de abril, já são 8 meses seguidos com inflação acima de 10%.
O IBGE pesquisou os grupos “Alimentação e bebidas” (2,06%), “Transportes” (1,91%), “Saúde e cuidados pessoais” (1,77%), “Artigos de residência” (1,53%), “Vestuário” (1,26%), “Despesas pessoais” (0,48%), “Comunicação” (0,08%), “Educação” (0,06%) e “Habitação” (-1,14%) — apenas este último registrou deflação em abril, diante da queda no custo da energia elétrica no país, pois a partir de 16 de abril, passou a vigorar a bandeira tarifária verde, sem cobrança extra na conta de luz. A habitação, no entanto, teve inflação de 1,15% no mês anterior.
Combustíveis
De acordo com a análise do IBGE, a alta de preços dos combustíveis foi a que mais pressionou a inflação em abril, pois, juntos, os combustíveis sofreram uma alta de 3,20% na passagem de março para abril, representando 0,25 ponto porcentual do IPCA no mês.
Segundo o pesquisador André Almeida, “a gasolina é o subitem com maior peso no IPCA (6,71%), mas os outros combustíveis também subiram. O etanol subiu 8,44%, o óleo diesel, 4,74% e ainda houve uma alta de 0,24% no gás veicular”.
No período de um ano (12 meses), os combustíveis acumulam alta de 33,24% — a gasolina de 31,22%, o etanol, de 42,11%, o diesel, de 53,5%, e o gás veicular de 45,18%. Já o gás de botijão subiu 3,32% em abril e acumula alta de 32,34% em 12 meses. Isso é resultado da política de preços da Petrobras, o Preço de Paridade Internacional (PPI), que dolariza o preço dos combustíveis vendidos no Brasil, que aumenta em decorrência do mercado internacional.
Alimentação
Os alimentos de consumo no domicílio também puxou a alta do IPCA de abril, com 2,59%. No setor, as altas que mais se destacam são o leite longa vida (de caixa), com 10,31%; a batata-inglesa, com 18,28%; o tomate, com 10,18%; o óleo de soja, com 8,24%; o pão francês, com 4,52%; e as carnes, com 1,02%.
Os mais afetados são os mais pobres. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que calcula a inflação para famílias de baixa renda, subiu 1,04% em abril, contra 1,71% em março, sendo a maior variação para um mês de abril desde 2003, quando foi registrado alta de 1,38%. Em 2022, o INPC acumula alta de 4,49%. Nos últimos 12 meses, a alta é de 12,47%.
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