sábado, 7 de maio de 2022

Documentário retrata os acontecimentos que levaram o país ao caos do bolsonarismo

 Max Alvim, diretor do documentário, conta que a obra nasceu durante a caravana realizada pelo ex-presidente Lula por estados do Nordeste, em 2017

(Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Reprodução)

247 - O cineasta Max Alvim participou do programa Giro da Onze, da TV 247, para falar do documentário “O Povo Pode? - Um País Pelo Olhar de Brasileiros”, lançado no último dia 4, em São Paulo, no Armazém do Campo. A obra é realizada por um grupo de cineastas e jornalistas independentes, que retrata os últimos seis anos do ambiente social e político brasileiro a partir da visão dos trabalhadores.

Max destaca que a obra nasceu em 2017, quando estava acompanhando a caravana do ex-presidente Lula pelo Nordeste, e retrata “os acontecimentos que levaram o país a esse caos que vivemos são retratados a partir da reflexão de quatro trabalhadores que, com uma capacidade incrível de análise, fazem uma leitura do Brasil em ato, porque comecei a gravar em 2017 e segui acompanhando esse quatro trabalhadores até 2021”.


Os trabalhadores João, Vani, Aurieta e Izaltina, personagens reais de um Brasil profundo, que emprestam suas vozes para a construção do documentário de pouco mais de duas horas. O filme é uma produção do Instituto Alvorada Brasil, a Rede TVT e o Canal i Produções, com direção de Max Alvim e contribuições de professores da PUC-SP. 

Na entrevista, Alvim falou sobre o papel que a mídia cumpriu ao longo desses últimos anos. Ele conta que para produzir o documentário, fez uma planilha e analisou mais de tres mil itens com conteúdos da imprensa.

“No golpe, a imprensa é uma espécie de quinto personagem que atua na política nacional, assim como o Judiciário através de sua intervenção política”, destaca o cineasta, que acompanhando a imprensa de 2014 a 2018, dividiu em quatro fases: o caminho do petróleo, destruindo as empreiteiras, o golpe e a senha é Lula.

“Vemos nitidamente que houve uma ação organizada, sistemática da imprensa brasileira de ataque à Petrobrás, nos anos de 2014 a 2016. Aos poucos vai diminuindo porque em 2016 acontece o golpe e o jogo todo muda com o Temer. Fica evidente que não era mais necessário criticar a Petrobras e destruir a estatal”, frisa. 

E completa: “Aconteceu um ataque midiático contra o país e parte dessa grande mídia foi conivente ou foi partícipe desse ataque. Isso, nós temos que uma hora um dia vai poder ver em escala histórica o que aconteceu”.

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