"Ele só conhece ódio, ódio, ódio. Ódio contra negros, contra mulheres, contra LGBT... e agora e ódio com a Suprema Corte", afirmou o ex-presidente
SÃO PAULO (Reuters) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar os ataques do presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF), durante evento com mulheres da periferia de São Paulo neste sábado, e afirmou que Bolsonaro só conhece o ódio.
"Ele só conhece ódio, ódio, ódio. Ódio contra negros, contra mulheres, contra LGBT... e agora e ódio com a Suprema Corte. Ele agora resolveu brigar com a Suprema Corte", disse Lula, acrescentando que "tem um monte de menino de 17 anos" acusados de coisas muito menores, mas Bolsonaro nunca se preocupou com isso.
"Em vez de dar indulto a quem merece indulto, ele resolveu dar indulto a um amigo dele que ofendeu a Suprema Corte", completou.
O ex-presidente se referia ao perdão concedido por Bolsonaro ao deputado federal aliado Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão por ameaças à corte, aos ministros e à democracia.
Antes mesmo da sentença ser definitiva, Bolsonaro publicou um decreto de graça individual perdoando Silveira, o que abriu uma nova crise com o STF.
As declarações foram dadas em um evento com centenas de mulheres em um bairro na periferia de São Paulo. O encontro, organizado por associações de moradores, foi feito para tratar da inflação de alimentos, que atinge diretamente a população de baixa renda.
No local, as referências a Bolsonaro, em meio à população, eram feitas apenas em meio a nomes pouco elogiosos e xingamentos.
Lula reclamou mais uma vez do preço dos alimentos e afirmou que o gás --que teve mais um reajuste na semana passada-- deveria fazer parte da cesta básica.
"O meu compromisso não é com banqueiro, não é com o alto empresariado, não é com o fazendeiro, mas com o povo pobre desse país", disse.
Ao ouvir de algumas mulheres que ele já estava eleito, Lula fez uma expressão de dúvida e voltou a pedir que as pessoas votem e prestem atenção em quem votam.
"Nosso voto não é pouca coisa, nosso voto é um ato revolucionário. Temos que saber o que se faz com nosso voto", afirmou, completando depois: "Vamos restabelecer a democracia no dia 2 de outubro mandando esse cidadão ir viver num sítio dele".
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