"Ele falou: você vai ter que entregar o FNDE pro Centrão", disse o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub em referência a Jair Bolsonaro
247 - O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub afirmou ter recebido uma ordem direta de Jair Bolsonaro (PL) para que “entregasse” o comando do Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação (FNDE) para o centrão, bloco parlamentar que reúne o atual partido do próprio Bolsonaro e também o PP, sigla do ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira. A entrevista
"Quem vai me dar uma ordem dessas? O meu chefe. Ele falou: você vai ter que entregar o FNDE pro Centrão e eu falei: presidente, não faça isso. E eu fiquei adiando o máximo que eu podia, fiquei adiando. Eu subi toda a governança, as regras, do processo decisório do FNDE", disse o ex-ministro à CNN Brasil.
A determinação teria ocorrido em março de 2020, mas foi concretizada em junho.
O ex-titular do MEC atribuiu ao atual ministro da Secretária-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, a aliança do governo Bolsonaro com o Centrão. "Chegou o general Ramos com essa estratégia que eu considero muito equivocada de colocar o centrão pra dentro do governo. E ele começou realmente a trazer essa turma para dentro, frequentar cada vez mais e convenceu o presidente, e a partir daí eu acho que a gente foi expulso. Os conservadores foram expulsos".
Escândalos
O MEC vem sendo alvo de investigações do Poder Judiciário. Um dos casos na mira de investigadores é o chamado Bolsolão do MEC. O agora ex-ministro Milton Ribeiro afirmou que o governo prioriza, na liberação de verba, prefeituras com pedidos negociados por dois pastores (sem cargo na gestão federal).
Outro é o chamado 'Bolsolão do Busão', uma licitação do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) prevê um custo até 55% maior, ou R$ 732 milhões a mais, para a aquisição de 3,8 mil ônibus escolares.
A operação do processo licitatório teve atuação direta de um dos diretores do FNDE, Garigham Amarante, indicado para o cargo por Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido de Bolsonaro. O fundo é presidido por Marcelo Ponte, que chegou ao cargo por indicação de Ciro Nogueira, de quem foi chefe de gabinete.
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