Nesta sexta-feira (29), Maria Beltrão afirmou que a parcialidade de Sergio Moro (União Brasil) não transforma Lula (PT) em inocente, o que vai na contramão das teses jurídicas de que um cidadão só pode ser considerado culpado depois de ter sido julgado e condenado em todas as instâncias da Justiça. O nome da jornalista se tornou um dos principais assuntos das redes sociais ao longo do dia e muitos internautas relembraram que ela é filha de Hélio Beltrão, um dos signatários do AI-5 em 1968.
Nascido no Rio de Janeiro, em 1916, Hélio se formou em direito na UFRJ e trabalhou como servidor público no Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários. Ele também foi ministro do Planejamento na ditadura militar, no governo de Costa e Silva e da junta militar.
Beltrão ainda foi ministro da Previdência Social, e da Desburocratização no Governo Figueiredo. Além disso, ocupou o cargo de presidente da Petrobrás.
No entanto, o episódio que mais marcou a trajetória política de Hélio foi o voto pela aprovação do AI-5, considerado o mais duro da ditadura. Em discurso, mostrou-se muito orgulho pelo seu ato.
“Um ato que formalmente parece atentar contra a ordem jurídica e as instituições democráticas”, declarou. “É necessário realmente assumir a responsabilidade de uma ditadura, mas a ditadura só será ditadura na medida em que os poderes excepcionais que estão sendo concedidos ao governo forem usados arbitrariamente, ditatorialmente”, acrescentou.
Hélio morreu no dia 26 de outubro de 1997, aos 81 anos.
Fonte:DCM
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