“O interesse deles (Sérgio e Rosângela) por São Paulo só surgiu agora, às vésperas da eleição, como uma manobra eleitoreira", diz a ativista em entrevista ao 247
Por Paulo Henrique Arantes, para o 247 - “Todos sabem que Moro e sua esposa são do Paraná. Inclusive, ele se tornou uma pessoa pública enquanto era juiz na vara criminal de Curitiba. Depois de deixar o cargo, sua fraca atuação política, que durou poucos meses, foi em Brasília, onde era ministro de Bolsonaro. Apesar de ocupar um cargo federativo, sua incompetência o impediu de realizar qualquer atividade nacional ou para o povo de São Paulo”.
A declaração acima foi feita ao Brasil 247 pela pessoa que decidiu apresentar notícia-crime contra Sérgio e Rosângela Moro, por fraude em mudança de domicílio eleitoral, à Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo. A autora é a ativista social Roberta Luchsinger, que há mais de uma década atua em defesa de mulheres e meninas das periferias e de comunidades indígenas.
Apesar de um ativismo social intenso, Luchsinger costuma ser lembrada como a herdeira dos fundadores do banco Credit Suisse que, em 2017, doou o equivalente a 500 mil reais a Lula – em dinheiro, joias e outros objetos de valor –, quando o ex-presidente teve seus bens bloqueados pelo então juiz Sergio Moro.
Roberta Luchsinger destacou ao 247 alguns indicativos do que seria uma fraude eleitoral do casal de Curitiba: “O interesse deles (Sérgio e Rosângela) por São Paulo só surgiu agora, às vésperas da eleição, como uma manobra eleitoreira, para tentarem conseguir cargos públicos e fugirem por meio do foro privilegiado de qualquer consequência dos atos ilegais que possam ter cometido. Especialmente Sérgio Moro, nas ilegalidades da Lava Jato”.
Luchsinger não poupa a senhora Moro: “Até então, essa senhora sequer tinha qualquer trabalho notoriamente público ou social onde quer que seja, muito menos aqui em São Paulo”.
Qualquer cidadão, ao suspeitar de prática criminosa, pode acionar o Ministério Público para que proceda a investigações. Foi o que fez Roberta Luchsinger. Para tanto, contou com as advogadas Maíra Recchia Bayod, Priscila Pamela dos Santos e Gabriela Soares de Araújo.
Juridicamente, as razões que embasam a notícia-crime são claras.
“Basicamente, a notícia-crime se deu em virtude das declarações do ex-juiz Sérgio Moro e de sua esposa de que estariam transferindo seu domicílio eleitoral para São Paulo para concorrer às eleições”, disse ao 247 Maíra Recchia Bayod.
Segundo a advogada, o conceito de domicílio eleitoral é amplo, envolve não apenas o lugar onde se reside, mas vínculos familiares, afetivos e de trabalho. Nada disso se encaixa na vida do casal Moro em relação a São Paulo.
“Levamos ao conhecimento das autoridades que pode estar havendo uma fraude eleitoral, justamente em virtude de uma falsa alegação de domicílio, o que tem previsão no Código Eleitoral e é reputado como crime”, salienta a advogada. E conclui: “Causou surpresa o fato de o casal mudar de partido na última semana, e mudar de domicílio também na última semana, o que me parece mais uma jogada eleitoreira do que algo verídico”.
Outro lado
O casal Sergio e Rosângela Moro divulgou uma nota sobre o caso, negando as alegações de fraude e chamando a notícia-crime de “chicanas processuais típicas da esquerda”, que não serão capazes de tirá-los das eleições. Leia a íntegra:
Nenhum comentário:
Postar um comentário