quinta-feira, 21 de abril de 2022

Merval: Bolsonaro tem projeto de incitar uma revolta popular para o caso de perder a eleição

 

Jornalista diz que Jair Bolsonaro está criando um “ambiente que possa levar a uma revolta popular semelhante à que aconteceu nos Estados Unidos depois da derrota de Trump"

Bolsonaro e Invasão do Capitólio dos Estados Unidos em 2021 (Foto: Alan Santos/PR | Stephanie Keith/Reuters)


247 - O jornalista Merval Pereira afirma, em sua coluna no jornal O Globo, que Jair Bolsonaro e seus seguidores mais radicais estão criando um “ambiente que possa levar a uma revolta popular semelhante à que aconteceu nos Estados Unidos depois da derrota de Trump na eleição de 2020”.

“Bolsonaro, dia sim, outro também, se refere publicamente às eleições de outubro como se estivessem sob risco, insistindo na desconfiança das urnas eletrônicas, mesmo depois de o voto impresso ter sido derrotado no Congresso, e com todas as garantias de segurança renovadas e aumentadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ao mesmo tempo, intensifica-se a campanha a favor das armas de fogo, e diversos órgãos do governo trabalham pela ampliação de seu porte e seu uso por cidadãos comuns”, destaca Merval. 

“Na invasão do Capitólio em Washington, depois da eleição vencida pelo democrata Joe Biden, vários dos invasores portavam armas, e um guarda foi morto”, alerta o colunista em outro trecho do texto. 

“No mesmo diapasão, o presidente do Superior Tribunal Militar (STM), general de Exército Luis Carlos Gomes Mattos, reagiu de maneira irônica à revelação dos áudios que demonstram que a questão da tortura a presos políticos foi tema de reuniões, abertas e secretas do STM”, ressalta. 

Para o jornalista, “o preocupante na fala do presidente do STM é que ele atribui o noticiário a um complô contra as Forças Armadas, ao dizer que ‘sabe por que está acontecendo, sabe de onde vem’. É claro que está insinuando que a divulgação dos áudios é uma manobra da esquerda para fortalecer a candidatura de Lula”.  

“Claro que, num momento em que o próprio presidente da República diz que o coronel Brilhante Ustra, identificado como torturador pela Comissão da Verdade, é seu herói, se cria um ambiente para que várias pessoas que pensam como ele se pronunciem”, finaliza. 


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