"A exemplo do que fez em 2018, o 'capitão' indica um general como a dizer: 'não tentem me tirar que pode ser pior'", escreve o jornalista
247 - O jornalista Reinaldo Azevedo, em artigo publicado na Folha de S. Paulo nesta quinta-feira (14), faz uma comparação entre o candidato a vice-presidente da chapa de Lula (PT), Geraldo Alckmin (PSB), e o da chapa de Jair Bolsonaro (PL), o general Walter Braga Netto.
A escolha por Alckmin, segundo Azevedo, "decorre de uma aliança e significa um aceno ao diálogo". Lula mostra ainda, de acordo com o jornalista, não ter medo de um impeachment. "Ao fazer essa composição, o ex-presidente parece anunciar que pretende diálogo com seus adversários históricos, que, sejamos claros, veriam com gosto o vice em lugar do titular em caso de vitória da chapa. Vale por um 'nada temo'".
Por outro lado, destaca Azevedo, Bolsonaro faz a mesma opção de 2018: um militar - ainda que este não seja o atual vice-presidente, Hamilton Mourão (Republicanos), descartado pelo chefe do governo. "A exemplo do que fez em 2018, o 'capitão' indica um general como a dizer: 'não tentem me tirar que pode ser pior'. E olhem que, em muitos aspectos, Hamilton Mourão é um tanto mais ilustrado do que a dupla. Vale dizer: ao mudar de general, o capitão optou por uma degradação política, intelectual e institucional. 'Grita' desde já, se reeleito, novos confrontos".
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