segunda-feira, 21 de março de 2022

Polêmica nas redes impulsiona venda de bonés pelo MST

 O estilista Ronaldo Fraga defendeu o uso dos bonés por pessoas fora do movimento. “Não é esvaziar a causa, é se posicionar”, afirmou


(Foto: Reprodução)

247 - Nas últimas semanas apareceu nas redes sociais a polêmica sobre se pessoas que não são do MST ou sem-teto podem usar o boné do movimento. Isso fez aumentar as vendas de bonés da organização de luta pela terra, segundo o coordenador da rede de Armazéns do Campo — lojas do MST — Ademar Ludwig.

Ao jornal O Globo, ele estimou que, até o fim de março, serão comercializados cerca de 3 mil bonés. Por isso, o MST aumentou a produção do acessório e criou uma página exclusiva para a venda dos bonés. “Boné do MST: o boné da esquerda brasileira”; “pode usar sim”, diz o site.

Os bonés são o terceiro produto mais vendido pelo site do Armazém do Campo, atrás do arroz e do flocão de milho. Eles custam R$ 25 e têm vários modelos e cores.

Durante a polêmica, nas redes sociais, o MST destacou que o boné “é um símbolo da organização”, e que vesti-lo é “demarcar a apoio”. “Para o MST é muito importante encontrar o símbolo da organização não só no campo, mas também na cidade”, afirmou. A organização também compartilhou fotos de famosos usando o boné vermelho:

O estilista Ronaldo Fraga defendeu, ao jornal O Globo, o uso dos bonés por pessoas fora do movimento. “A causa precisa furar a bolha, especialmente a do MST, um movimento demonizado pelo atual governo e por grande parte dos brasileiros, que acredita que acham que eles são invasores de terra”, disse.

“Por que ‘O câncer de mama no alvo da Moda’, criado por Ralph Lauren, pode ser usado por todo mundo e o boné do MST não? Por que o boné do Che Guevara pode e o do MST não? Usar boné dos sem-terra não é esvaziar a causa, é se posicionar”, afirmou.

Ele lembrou que trabalhou com bordadeiras de Barra Longa (MG) após o município ser atingido pela lama gerada pelo rompimento da barragem da Samarco, em Mariana, em 2015.

“Fiz um projeto com as bordadeiras que garantiu que lhes deu retorno financeiro. É isso que se trata. A moda pode construir pontes e furar bolhas. O trabalho das bordadeiras de Barra Longa tem que chegar aos bairros ricos de São Paulo e gerar renda para elas. Vai suar quem acha bonito. Se quiser abraçar a causa, melhor”, afirmou. “O mesmo vale para o boné do MST. Pode usar na balada, sim!”, disse.

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