O estilista Ronaldo Fraga defendeu o uso dos bonés por pessoas fora do movimento. “Não é esvaziar a causa, é se posicionar”, afirmou
Os bonés são o terceiro produto mais vendido pelo site do Armazém do Campo, atrás do arroz e do flocão de milho. Eles custam R$ 25 e têm vários modelos e cores.
Durante a polêmica, nas redes sociais, o MST destacou que o boné “é um símbolo da organização”, e que vesti-lo é “demarcar a apoio”. “Para o MST é muito importante encontrar o símbolo da organização não só no campo, mas também na cidade”, afirmou. A organização também compartilhou fotos de famosos usando o boné vermelho:
O estilista Ronaldo Fraga defendeu, ao jornal O Globo, o uso dos bonés por pessoas fora do movimento. “A causa precisa furar a bolha, especialmente a do MST, um movimento demonizado pelo atual governo e por grande parte dos brasileiros, que acredita que acham que eles são invasores de terra”, disse.
“Por que ‘O câncer de mama no alvo da Moda’, criado por Ralph Lauren, pode ser usado por todo mundo e o boné do MST não? Por que o boné do Che Guevara pode e o do MST não? Usar boné dos sem-terra não é esvaziar a causa, é se posicionar”, afirmou.
Ele lembrou que trabalhou com bordadeiras de Barra Longa (MG) após o município ser atingido pela lama gerada pelo rompimento da barragem da Samarco, em Mariana, em 2015.
“Fiz um projeto com as bordadeiras que garantiu que lhes deu retorno financeiro. É isso que se trata. A moda pode construir pontes e furar bolhas. O trabalho das bordadeiras de Barra Longa tem que chegar aos bairros ricos de São Paulo e gerar renda para elas. Vai suar quem acha bonito. Se quiser abraçar a causa, melhor”, afirmou. “O mesmo vale para o boné do MST. Pode usar na balada, sim!”, disse.
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