Em muitas ocasiões, os encontros eram feitos durante viagens do ministro Milton Ribeiro, em que levava junto equipes do FNDE, além do próprio presidente do fundo
247 - Os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, apontados como integrantes de um gabinete paralelo responsável por indicar a liberação de verbas do Ministério da Educação para municípios, controlavam a agenda do ministro Milton Ribeiro, além de serem responsáveis por organizar a lista das prefeituras que seriam beneficiadas com os recursos da pasta.
De acordo com a jornalista Malu Gaspar, de O Globo, “um funcionário de alto escalão do ministério que acompanhava o processo, as cidades acertavam a liberação da verba com deputados e senadores, que usavam o chamado orçamento secreto para fazer os repasses aos seus redutos eleitorais”.
Os recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) eram administrados pelo PP, Republicanos e PL, partidos do centrão que integram a base aliada do governo Jair Bolsonaro. Os pastores faziam a intermediação do processo quando havia atraso na liberação das verbas carimbadas.
“Um dos ‘rituais’ do lobby dos pastores era organizar grupos de prefeitos para levar ao ministro. Em muitas ocasiões, esses encontros eram feitos durante viagens de Milton Ribeiro, em que levava junto equipes do FNDE e o próprio presidente, Marcelo Lopes da Ponte”, ressalta a reportagem.
Em função da divulgação dos áudios em que o ministro Milton Ribeiro admite priorizar a liberação de verbas para os municípios indicados pelos pastores, de forma a atender um “pedido especial” de Bolsonaro, o centrão vem pressionando para que o atual gestor da pasta seja substituído por Pontes. Pontes já foi chefe de gabinete do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e é homem de confiança de integrantes do PP.
“Milton Ribeiro, que já percebeu que sua permanência no MEC é improvável, tenta emplacar no lugar o secretário-executivo, Victor Godoy, que é ex-auditor da CGU e acumula embates internos com membros do Centrão”, finaliza a reportagem.
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