sexta-feira, 18 de março de 2022

Ministério da Educação tem gabinete paralelo formado por pastores

 O grupo não tem ligação com a área de ensino, mas se reúne com o ministro do MEC a portas fechadas e define as políticas prioritárias e a destinação de recursos

Milton Ribeiro, ministro da Educação (Foto: ISAC NOBREGA/PR)


247 - Assim como havia no Ministério da Saúde, o Ministério da Educação também tem seu gabinete paralelo, informa o Estado de S. Paulo. O grupo que "assessora" o chefe da pasta, Milton Ribeiro, é formado por pastores ligados ao ministro.

Eles não têm relação com a área de ensino, mas mesmo assim se reúnem a portas fechadas com Ribeiro para definir as prioridades da pasta e a destinação de recursos. Eles também facilitam a chegada de outras pessoas até o ministro. Verdadeiros lobistas, os pastores viajam em voos da FAB e, com trânsito livre no ministério, abrem as portas para prefeitos e empresários. 

As lideranças do gabinete paralelo são os pastores Gilmar Silva dos Santos, presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil, e Arilton Moura, assessor de Assuntos Políticos da entidade.

De acordo com o jornal, ambos marcaram presença em 22 agendas oficiais no MEC nos últimos 15 meses. Em 19 dessas ocasiões Ribeiro estava presente. Na agenda do ministro, alguns encontros são descritos como reuniões de “alinhamento político”.

Especialistas em Direito Público ouvidos pelo jornal apontam indícios de irregularidade, como tráfico de influência e usurpação da função pública pelos pastores. “Qualquer pessoa pode levar determinados pleitos a algum representante do poder público. É legítimo. Agora, a partir do momento que passa a ser uma prática, um exercício de uma atividade pública (por alguém que não faz parte da administração), configura o crime”, afirma o advogado Cristiano Vilela




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