Lula chamou de "inadmissível" que um país se julgue no direito de instalar bases fora de seu território e que "um país reaja invadindo outro", em crítica à Rússia e aos EUA
247 - Em discurso na Câmara dos Deputados do México nesta quinta-feira (3), o ex-presidente Lula (PT) novamente condenou a guerra entre Rússia e Ucrânia, sem poupar os Estados Unidos, responsáveis por tantos outros conflitos nos últimos anos.
Lula disse ser "inadmissível" que países - como fazem os Estados Unidos - instalem bases militares fora de seu território e que, contra isso, outros países - como fez a Rússia - invada outro. "Países tentam resolver suas diferenças por meio de bombardeios e tiros, quando poderiam resolvê-las em uma mesa de negociação, sem derramar uma única gota de sangue. É inadmissível que em plena segunda década do século XXI, alguns líderes insistam em se comportar como nossos antepassados, quando não existia diplomacia e a única lei era a lei do mais forte. É inadmissível que um país se julgue no direito de instalar bases militares em outros países. É absolutamente inadmissível que um país reaja invadindo outro países. Guerras não levam a nada, a não ser à morte, à destruição, miséria e fome. A história é a melhor professora que existe, mas os seres humanos se comportam como maus alunos, ignorando as lições do passado".
O ex-presidente fez questão de lembrar que os Estados Unidos, que atualmente tanto criticam a Rússia por iniciar uma guerra contra a Ucrânia, provocando uma crise humanitária grave e levando o planeta a um nível de tensão que lembra a Guerra Fria, já provocaram tantos outros conflitos mundo afora. "Trilhões de dólares forram gastos em guerras, antes e depois do 11 de setembro, no Oriente Médio e mesmo na Europa. Quantia suficiente para eliminar a fome no mundo e preparar o planeta para lidar melhor com as mudanças climáticas. No entanto, essa fortuna foi usada para causar a morte direta de milhões de pessoas, no Iraque, no Afeganistão, na Síria, no Iêmen, no Paquistão e em tantos outros países. Sem contar a migração forçada de milhões de famílias, que caso consigam sobreviver, se tornarão vítimas da extrema pobreza e da xenofobia em outros países. Com tantas guerras e tantos trilhões de dólares, o mundo não se tornou um lugar mais seguro e melhor para se viver. Muito pelo contrário. Cada míssil de milhões de dólares contra uma população civil, seja na capital de um país ou na aldeia mais remota, traz em seu rastro a triste certeza de que parte da humanidade insiste em caminhar para a autodestruição".
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