"Ninguém vai aguentar", disse Wanderlei Alves, o Dedeco. Para ele, a guerra Rússia-Ucrânia está servindo como "desculpa para enriquecer ainda mais os donos da Petrobrás"
247 - O caminhoneiro Wanderlei Alves, conhecido como Dedeco, um dos principais líderes da greve da categoria em 2018, disse que o Brasil tem que parar em protesto contra o novo aumento no preço dos combustíveis, anunciado nesta quinta-feira (10) pela Petrobrás.
"Os caminhoneiros autônomos e os empresários de transporte têm que se unir e parar o país. Ninguém vai aguentar. As transportadoras que têm 500, mil caminhões, com milhares de funcionários para pagar, vão quebrar”, disse Dedeco à coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
Com o novo aumento anunciado pela Petrobrás, o preço médio da gasolina comercializado nas refinarias da estatal passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 o litro, um aumento de 18,77%. Para o diesel, o valor irá de R$ 3,61 a R$ 4,51, alta de 24,9%, e o gás de cozinha passará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por quilo, um reajuste de 16%.
Segundo Dedeco, o conflito entre a Rússia e a Ucrânia está servindo como "desculpa para enriquecer ainda mais os donos da Petrobrás". “Eles já tiveram um lucro absurdo, doentio com os aumentos mais recentes, e estão ficando milionários às custas da tragédia de todos nós. Só quem está feliz hoje no país são os investidores da Petrobrás", afirmou.
O caminhoneiro alertou, ainda, que o setor de transporte é o primeiro a sentir o impacto, mas ressaltou que os custos serão repassados e chegarão "nas gôndolas dos supermercados, em todos os produtos", alcançando o restante da população.
Mais cedo, pouco antes do anúncio feito pela Petrobrás, Jair Bolsonaro disse não saber se haveria ou não um aumento nos preços dos combustíveis e alertou que o Brasil poderá “ter problemas” no setor.
“Não estou dizendo se vai ou não vai, eu acho que vai aumentar. No mundo todo aumentou. Eu não defino preço na Petrobrás, eu não defino nada lá. Só quando tem problema cai no meu colo", disse ele, em transmissão feita pelas redes sociais. "Agora, a tendência é melhorar lá fora. Mas vai ter problema de combustível no Brasil, não vai demorar", completou.
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