terça-feira, 15 de março de 2022

Governo investe na reestruturação da PR-650 para acabar com enchentes em Godoy Moreira

 Única ligação em asfalto com São João do Ivaí, rodovia está sendo revitalizada pelo Governo do Estado. Seis pontos críticos foram selecionados para serem corrigidos. Investimento é de R$ 15.553.888,05, por meio do Programa Estratégico de Infraestrutura e Logística de Transportes do Paraná.

Foto: Gilson Abreu/AEN


Encravada em um dos pontos centrais do Paraná, Godoy Moreira (Vale do Ivaí) sofreu por anos em razão da localização geográfica – por fazer limite com o Rio Corumbataí, a cidade depende de uma balsa para chegar de forma mais rápida à vizinha Barbosa Ferraz. Transtorno que se multiplicava em tempos de mazelas climáticas. Quando São Pedro teimava em mandar chuva, a cidade ficava ilhada.

Além do transporte pelo rio ser paralisado, eram dias e dias sem poder usar a única saída com asfalto do município, a PR-650, ligação com São João do Ivaí. Erros de engenharia faziam com que a rodovia ficasse alagada em determinados pontos. “Ficávamos sem saída e parava tudo. Nem ambulância passava”, conta o agricultor Valdeci Pires. “Vivia alagando e ninguém podia sair de casa”, emenda o lavrador Abraão Sousa Rodrigues, nascido e criado no município.

Combinação que ajuda a explicar o êxodo que acompanha há décadas Godoy Moreira. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade passou de 3.337 moradores para apenas 2.850 entre os levantamentos de 2010 e 2021, uma baixa populacional de 17%. “Sofremos muito, mais de 30 anos nessa situação”, diz o empresário José Donizete Galego, mais conhecido como Zequinha, dono de uma movimentada oficina mecânica na região central do município.

A virada, porém, já tem data para acontecer. O Governo do Estado espera entregar até o fim deste semestre as obras de correção e modernização da PR-650. Foram mapeados seis pontos críticos da rodovia, distribuídos entre os quilômetros 7 e 28, para serem revitalizados, totalizando 3,4 quilômetros.

Dois deles, nos encontros com águas fluviais conhecidos como Água da Anta, entre o km 19,70 e o km 20,26, e Água das Antas, entre o km 21 e o km 21,63, estão prontos e sendo usados pela população. Nesses locais foram executadas novas galerias de concreto e elevado o nível (greide) do pavimento, evitando a formação de alagamentos nos locais, que em anos mais chuvosos chegavam a obstruir o acesso à rodovia.

As obras continuam em andamento nos seguintes segmentos: Água do Chalé, Água Paraguaia, Água do Mangueirão e na Vila Bananeira. O investimento é de R$ 15.553.888,05, por meio do Programa Estratégico de Infraestrutura e Logística de Transportes do Paraná, uma parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e inclui também o alargamento da ponte sobre o Rio Bananeira, no mesmo trecho. “Posso dizer que agora estamos no céu”, destaca Pires.

“O Governo do Estado trabalha sempre para estar próximo dos municípios, afinal, as pessoas moram nas cidades e é lá que precisam ter qualidade de vida. É o caso de Godoy Moreira. Uma cidade pequena que por anos ficou esquecida, sofrendo com enchentes, mas que agora, com essa obra, terá todas as condições para crescer e se desenvolver”, ressalta o governador Carlos Massa Ratinho Junior.

É o que pensa também o prefeito Primis de Oliveira. Para ele, a infraestrutura é peça fundamental para atrair novos investimentos, criar emprego e renda, pondo fim ao fantasma do êxodo urbano. “Tínhamos um aviário aqui que deixou a cidade justamente por não poder escoar a produção em dias de chuva. Precisava transportar o frango e não podia”, afirma. Ele mesmo é um sobrevivente dos alagamentos. “Quase morri em 2013 quando o carro caiu no rio. Foi por pouco. Precisávamos dessa obra e a sensibilidade do governador foi fundamental para que ela acontecesse”.

OBRAS – Para fazer a correção de greide é necessário demolir o pavimento existente, e, no caso desta obra, aterrar a plataforma existente e na sequência executar um pavimento novo, resultando em uma pista mais elevada, acima da altura das enchentes registradas na região.

Em Água do Chalé as alterações no traçado serão mínimas, relativas somente à elevação da pista. Ao todo serão 760 metros de obra, iniciando no km 7,92 e seguindo até o km 8,68.

Na Água Paraguaia, em uma região mais elevada que as demais, a correção da pista existente tornaria o trecho propício a acidentes, então a solução encontrada foi a implantação de uma variante com extensão de 657 metros, iniciando no km 16,62 e seguindo até o km 17,29 da PR-650.

Em Água da Anta, processo já finalizado, foi mantido o traçado existente, sendo executada somente a elevação da pista. Neste local a obra tem extensão de 560 metros, entre o km 19,70 e o km 20,26.

Nas Águas das Antas, ponto também entregue, foi necessária correção do traçado para garantir mais segurança aos condutores, com a construção de uma galeria celular de concreto para travessia das águas, compatível com a implantação de uma pequena ponte. A obra começou no km 21 e foi até o km 21,63, em uma extensão de 620 metros.

Em Água do Mangueirão está sendo corrigida a geometria de uma curva, melhorando a segurança no local, e mantido o restante do traçado do trecho de 288 metros, que inicia no km 24,40 e termina no km 24,70.

Todos estes trechos incluem obras de arte corrente e dispositivos de drenagem, garantindo a passagem das águas sob a rodovia, sem danificá-la e sem resultar em represamentos. “É um pacote completo, que incluiu serviço de drenagem, galeria nova, sinalização, melhoria ambiental, além de alargar a pista. São vários benefícios para a população”, diz o engenheiro João Carlos Ghiraldi, supervisor da obra.

PONTE – Neste mesmo contrato está inclusa a elevação e alteração de traçado da pista, e execução de uma nova ponte sobre o Rio Bananeira, substituindo a obra de arte especial existente, que é de pista única. A obra vai evitar o alagamento da rodovia, e acabar com filas de veículos no local, uma travessia urbana. “Essa ponte nova vai acabar de vez com os nossos problemas”, arremata o aposentado Josias Pierobon, vizinho “de metros” da ponte.

Fonte: AEN

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