terça-feira, 22 de março de 2022

Bloqueio do Telegram fez crescer adesão aos grupos do clã Bolsonaro

 O volume de mensagens em grupos de extrema direita no dia da decisão de bloqueio foi semelhante ao registrado no último 7 de setembro, na ocasião das manifestações golpistas


(Foto: Reuters)


247 - A decisão - já revogada - do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de suspender o Telegram fez com que aumentasse a adesão de usuários aos perfis ligados ao clã Bolsonaro, segundo levantamento do Laboratório de Humanidades Digitais da Universidade Federal da Bahia e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) a pedido do Estado de S. Paulo.

Nos últimos três dias, Jair Bolsonaro (PL) ganhou 142 mil inscritos em sua página no aplicativo, um aumento de 13,1%. Até a última segunda-feira (21), o perfil dele tinha 1,2 milhão de seguidores.

O chefe do governo federal ganhou quase três vezes mais seguidores que o total do ex-presidente Lula (51 mil) no Telegram.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também viu crescer em 11 mil o número de seguidores. Ele chegou aos 100 mil inscritos na rede social, um aumento de 12,1%. O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) tinha 77 mil inscritos e ganhou mais 10 mil, um crescimento de 12,3%, após o bloqueio da plataforma. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) conquistou mais 3 mil seguidores, um aumento de 5%.

"A ação de Moraes causou um redemoinho nos grupos de extrema direita”, conclui o coordenador do Laboratório de Humanidades Digitais, Leonardo Nascimento. De acordo com Nascimento, os grupos monitorados trocaram cerca de 300 mil mensagens na sexta-feira, dia em que foi anunciada a decisão de Moraes. Número parecido de mensagens foi registrado no último 7 de setembro, na ocasião das manifestações golpistas convocadas por Bolsonaro. "Se olharmos os efeitos políticos disso, a ação causa um clima de guerra nos grupos de extrema direita, algo que alimenta a ação deles", diz o coordenador. 


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